São Paulo, sábado, 24 de novembro de 2007

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"Temos de começar a pensar nos nossos tataranetos", diz educador

DA REDAÇÃO

Educação foi o tema central não só do debate realizado pela Folha mas também do Prêmio Empreendedor Social 2007. O grande vencedor da noite de quarta-feira no Museu de Arte de São Paulo foi um educador: o mineiro Tião Rocha, 59.
O empreendedor é mentor do CPCD (Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento), organização que promove educação popular e desenvolvimento comunitário com uso de brincadeiras, bibliotecas ambulantes, teatro, música e criação de produtos e cursos.
Fundado em 1984, em Curvelo, porta de entrada do sertão mineiro, o CPCD já criou e adaptou cerca de 2.000 tecnologias a partir do saber popular para uso em escolas e comunidades de baixa renda. Mais de 20 mil crianças e jovens ganharam voz com a atuação dele.
Com a pedagogia da roda e projetos como o Bornal de Jogos (que utiliza 150 jogos para o ensino de matemática, português e outras disciplinas), o instituto avançou sertão adentro -alcançou sete Estados brasileiros- e atravessou o mar para chegar até a África.
Dos 350 candidatos com quem Tião concorreu -recorde de inscritos-, 248 (71%) dizem atuar na área de educação.
E é essa a trilha que o mineiro visionário continuará a seguir. "Temos de começar a pensar em educar nossos tataranetos", ressaltou Rocha, logo após receber o prêmio, diante de uma platéia de quase 300 convidados, entre acadêmicos, executivos, políticos e representantes do terceiro setor.
Para a diretora-executiva da Fundação Schwab, Pamela Hartigan, 60, a vitória de Tião contrapõe o mundo de hoje, de "soluções instantâneas". "As idéias inovadoras só são efetivas com o tempo. Empreendedores como o Tião, que fazem a diferença, percorrem trajetórias de longo prazo."
"Com o concurso, o vencedor vira referência para multiplicar seu trabalho e consegue ter um selo de qualidade para formatar projetos e obter apoios e parcerias", afirmou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Rogério Amato.
Na avaliação de Floriano Pesaro, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do Município de São Paulo, o prêmio em si já "se tornou referência de certificação de programas e projetos, servindo de exemplo de confiabilidade".
Para ele, a Folha avalizar o empreendedor social representa dois grandes feitos. "O primeiro é contar com um órgão com estrutura e alcance para a difusão de boas práticas sociais. O segundo é saber que se trata de um jornal respeitado, reconhecido pela população."
Com a conquista, Rocha contará com visibilidade na mídia e troca de experiências com patrocinadores nacionais e internacionais. E participará, com todas as despesas pagas, da Reunião Geral para a América Latina do Fórum Econômico Mundial, no México, e da Cúpula Mundial de Empreendedores Sociais, na Suíça.
No Brasil, a Folha é parceira exclusiva da Fundação Schwab para a realização do prêmio.
(CÁSSIO AOQUI)


NA INTERNET
www.uol.com.br/empreendedorsocial



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