|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Temos de começar a pensar nos nossos tataranetos", diz educador
DA REDAÇÃO
Educação foi o tema central
não só do debate realizado pela
Folha mas também do Prêmio
Empreendedor Social 2007.
O grande vencedor da noite de
quarta-feira no Museu de Arte
de São Paulo foi um educador:
o mineiro Tião Rocha, 59.
O empreendedor é mentor
do CPCD (Centro Popular de
Cultura e Desenvolvimento),
organização que promove educação popular e desenvolvimento comunitário com uso de
brincadeiras, bibliotecas ambulantes, teatro, música e criação de produtos e cursos.
Fundado em 1984, em Curvelo, porta de entrada do sertão
mineiro, o CPCD já criou e
adaptou cerca de 2.000 tecnologias a partir do saber popular
para uso em escolas e comunidades de baixa renda. Mais de
20 mil crianças e jovens ganharam voz com a atuação dele.
Com a pedagogia da roda e
projetos como o Bornal de Jogos (que utiliza 150 jogos para o
ensino de matemática, português e outras disciplinas), o
instituto avançou sertão adentro -alcançou sete Estados
brasileiros- e atravessou o
mar para chegar até a África.
Dos 350 candidatos com
quem Tião concorreu -recorde de inscritos-, 248 (71%) dizem atuar na área de educação.
E é essa a trilha que o mineiro visionário continuará a seguir. "Temos de começar a
pensar em educar nossos tataranetos", ressaltou Rocha, logo
após receber o prêmio, diante
de uma platéia de quase 300
convidados, entre acadêmicos,
executivos, políticos e representantes do terceiro setor.
Para a diretora-executiva da
Fundação Schwab, Pamela
Hartigan, 60, a vitória de Tião
contrapõe o mundo de hoje,
de "soluções instantâneas".
"As idéias inovadoras só são
efetivas com o tempo. Empreendedores como o Tião, que
fazem a diferença, percorrem
trajetórias de longo prazo."
"Com o concurso, o vencedor
vira referência para multiplicar
seu trabalho e consegue ter um
selo de qualidade para formatar projetos e obter apoios e
parcerias", afirmou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de
São Paulo, Rogério Amato.
Na avaliação de Floriano Pesaro, secretário de Assistência
e Desenvolvimento Social do
Município de São Paulo, o prêmio em si já "se tornou referência de certificação de programas e projetos, servindo de
exemplo de confiabilidade".
Para ele, a Folha avalizar o
empreendedor social representa dois grandes feitos. "O
primeiro é contar com um órgão com estrutura e alcance para a difusão de boas práticas sociais. O segundo é saber que se
trata de um jornal respeitado,
reconhecido pela população."
Com a conquista, Rocha contará com visibilidade na mídia
e troca de experiências com patrocinadores nacionais e internacionais. E participará, com
todas as despesas pagas, da
Reunião Geral para a América
Latina do Fórum Econômico
Mundial, no México, e da Cúpula Mundial de Empreendedores Sociais, na Suíça.
No Brasil, a Folha é parceira
exclusiva da Fundação Schwab
para a realização do prêmio.
(CÁSSIO AOQUI)
NA INTERNET
www.uol.com.br/empreendedorsocial
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Frases Índice
|