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Combate ao álcool será prioridade, diz futuro secretário
Para o radiologista Giovanni Guido Cerri, que assumirá pasta na gestão Alckmin, controle do problema "passa pela educação"
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
Escolhido pelo governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para
ocupar a Secretaria de Estado da Saúde, o médico radiologista Giovanni Guido Cerri
diz que uma de suas prioridades será o combate ao abuso do álcool.
Para traçar as estratégias,
ele tem se reunido com especialistas em alcoolismo. Já
sabe que o foco será a conscientização nas escolas.
Cerri, 57, é um médico respeitado. Dirige a Faculdade
de Medicina da USP, o Icesp
(Instituto do Câncer Octavio
Frias de Oliveira) e o Centro
de Diagnóstico por Imagem
do hospital Sírio-Libanês.
Não é filiado a partido.
É um dos médicos de Dilma Rousseff (PT) -a presidente eleita se tratou de câncer no Sírio e lá faz exames de
rotina. "Essa relação deixará
SP e o Ministério da Saúde
mais próximos", diz.
Folha - Quais serão suas prioridades na secretaria?
Giovanni Guido Cerri - A
questão da bebida alcoólica
será prioritária. O álcool está
ligado a doenças, desagregação familiar, acidentes de
trânsito e violência urbana.
Muitos dirigem alcoolizados,
menores de 18 bebem. Há
uma permissividade grande.
A ideia é aprovar uma lei nos
moldes da lei antifumo?
Não se trata de criar uma
lei seca, mas mostrar o problema à sociedade e liderar a
reação. Isso passa pela educação. É por causa da educação que hoje jovens pressionam os pais a parar de fumar
e a não desperdiçar água.
Nos dois casos, houve uma
mudança de pensamento
que ainda não ocorreu no álcool. A Saúde trabalhará com
a Secretaria da Educação.
O sr. pretende fazer alterações na rede de atendimento?
Uma necessidade são unidades de câncer regionalizadas. Hoje, um número grande de pacientes se trata em
outras cidades, principalmente na capital. Os hospitais ficam sobrecarregados.
É preciso criar no interior e
litoral unidades de diagnóstico, químio, radioterapia e
cirurgias menos complexas.
As OSs [organizações sociais
privadas] vão continuar dirigindo hospitais estaduais?
Não vejo razão para interromper as parcerias. Quando
os parceiros são bons, o serviço tem qualidade, o uso da
verba pública é fiscalizado e
o Estado mantém o controle
da política de saúde. Não há
inconveniente nas parcerias.
O que pensa de um novo imposto federal para a saúde
nos moldes da extinta CPMF?
Sou contra. Criar tributo é
saída fácil e simplista. Com
tributo, fica claro que a saúde
não é prioridade. Seria prioridade se já estivesse contemplada integralmente nos orçamentos públicos.
Todos dizem que a saúde é
prioridade, então que redistribuam a verba de outras
áreas. Não é fácil, mas é justo.
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