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São Paulo, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003

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CLIMA

Ao menos 500 casas foram atingidas e sete pessoas se feriram no interior do Estado; chuva também causou prejuízos no RS

Tornado faz estragos em Santa Catarina

Andrea Rolim/"A Notícia"
Moradores próximos ao galpão que foi destruído pelo tornado em Campo Erê, cidade onde sete pessoas ficaram feridas


JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A região Sul voltou a ser castigada pelo mau tempo. Um tornado atingiu Campo Erê, no extremo oeste de Santa Catarina, anteontem à tarde, segundo o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina). Ontem, uma forte chuva no município de Uruguaiana (RS) alagou cerca de cem casas.
Ainda não há registros sobre a velocidade alcançada pelo tornado em Campo Erê. Sete moradores ficaram feridos pela queda de telhas e vidros -nenhum corre risco de morte- e 500 casas foram danificadas. Pelo menos quatro veículos foram destruídos pela queda de postes e árvores.
Em outras duas cidades catarinenses (Palma Sola e Guarujá do Sul), 80 casas foram destelhadas. O município de Campo Erê decretou situação de emergência.
Conforme relato de moradores à Defesa Civil, uma nuvem preta cobriu a cidade por volta das 15h. Um prolongamento da nuvem, na forma de um cone invertido, foi visto. Logo em seguida, fortes ventos atingiram o local, acompanhados de chuva intensa.
"Tomando por base o que algumas pessoas que presenciaram a tempestade disseram e pela destruição encontrada, não temos dúvidas em classificar o fenômeno como um tornado", disse a meteorologista do Climerh Gilsânia Araújo. Para ela, a característica da área atingida é o fator mais notável da presença do tornado.
"Os estragos foram localizados em uma pequena faixa. Enquanto algumas casas foram destruídas, outros imóveis a poucos metros não apresentavam dano algum."
Segundo levantamentos do Climerh, a formação do tornado ocorreu por causa do encontro de nuvens carregadas -que se formaram entre o norte da Argentina e o Paraguai- com uma frente fria vinda do Rio Grande do Sul.
Além dos fortes ventos, a chuva castigou o município por aproximadamente duas horas.
Durante toda a tarde, a Defesa Civil tentava contabilizar os prejuízos. Até o início da noite, parte da cidade permanecia sem luz e sem telefone.

Rio Grande do Sul
A subida de 9,5 metros do rio Uruguai atingiu a fronteira oeste do Rio Grande do Sul e, apenas na cidade de Uruguaiana, deixou cerca de cem casas alagadas, com 430 pessoas desabrigadas pelas cheias -elas foram abrigadas em barracas e casas de parentes, amigos e voluntários.
O município (a 649 km de Porto Alegre) decretou situação de emergência e a Defesa Civil tentava contabilizar os prejuízos. O cultivo de arroz foi atingido: as lavouras de várzea foram alagadas.
Em São Borja, que fica próximo de Uruguaiana, o rio Uruguai atingiu dez metros acima do nível normal. As chuvas foram acompanhadas de fortes ventos, que derrubaram 38 postes de energia elétrica no interior de outro município da região, Alegrete.
Segundo previsão do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o mau tempo dará uma trégua de pelo menos cinco dias à região Sul.


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