São Paulo, Terça-feira, 25 de Janeiro de 2000


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Venda de antibiótico exigirá retenção de receita médica

da Sucursal de Brasília

da Reportagem Local

O Ministério da Saúde vai intensificar o controle da venda de antibióticos. Até o fim desta semana, será publicada uma portaria que exige a retenção da receita médica para a venda de todos os medicamentos dessa classe.
De acordo com o ministro José Serra (Saúde), a portaria é uma medida de proteção para a saúde dos brasileiros, evitando que as receitas sejam utilizadas mais que uma vez.
"Na prática, a venda hoje é livre, o que estimula a automedicação. No caso de antibióticos, pode ter consequências graves, como o desenvolvimento de bactérias resistentes a esses medicamentos", diz Serra.
"É um absurdo que um remédio como o Bactrin (antibacteriano) seja, na prática, de venda livre nas farmácias. Por isso vamos apertar os controles nesse sentido."
Atualmente, apenas os remédios de controle rígido, como psicotrópicos e entorpecentes, requerem recolhimento de receita.
O presidente da Sobravime (Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos), José Ruben Bonfim, sugeriu que o governo estenda a portaria a outros medicamentos, como antiinflamatórios e anticoncepcionais. "Para esta medida ter lógica, todas as receitas deveriam ser retidas."
Para ele, não existe automedicação no país, mas a indução provocada pela propaganda de remédios nos meios de comunicação. "No Brasil, as pessoas não têm a mínima noção do que é o remédio que estão tomando. Por isso, o termo automedicação está errado."
Bonfim afirmou que antes de fazer a portaria, o governo deveria fazer uma campanha educativa alertando a população para os riscos da compra de remédios sem a receita médica.


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