São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

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Operação policial em favela para buscar autores de ataques no Rio deixa 5 mortos

DA SUCURSAL DO RIO

Cinco homens foram mortos na manhã e na tarde de ontem durante uma operação conjunta das polícias Civil e Militar na favela Vila Cruzeiro, na Penha (zona norte do Rio). Todos eles seriam traficantes, de acordo com a polícia. Outros 15 suspeitos foram presos.
Segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, um dos objetivos da ação era prender suspeitos de terem liderado os ataques na região metropolitana do Rio no final do ano passado, quando 19 pessoas (12 inocentes e sete supostos criminosos) foram mortos. Buscava também apreender armas e drogas e cumprir mandados de prisão.
A operação começou ainda de madrugada. Cerca de 250 policiais civis e militares da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas e do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) ocuparam a favela e foram recebidos a tiros pelos traficantes.
Durante toda manhã e parte da tarde, os policiais vasculharam vários pontos da Vila Cruzeiro. Houve muitos tiroteios no período. Encurralados pelos traficantes, os policiais tiveram de pedir reforço. Helicópteros foram usados. Os criminosos subiram em lajes para atirar nos policiais.
Seis pessoas foram baleadas nos confrontos. Cinco morreram. Um ferido, que teria menos de 18 anos, foi internado no hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte). Os nomes não foram divulgados até a conclusão desta edição.
A polícia diz ter apreendido quatro granadas, seis pistolas, um fuzil, um revólver, quatro carregadores para fuzil, quatro celulares, um radiotransmissor, 1.300 trouxinhas de maconha e 350 de cocaína.
Os tiroteios levaram os comerciantes a fechar as lojas nas imediações da Vila Cruzeiro. Com medo, moradores se esconderam em suas casas.
Segundo o secretário, parte dos ataques de dezembro foi tramada na Vila Cruzeiro porque a favela é uma das principais bases de atuação da facção criminosa CV (Comando Vermelho). Um dos 15 presos é o traficante conhecido como Doca, irmão de Antônio Ferreira da Silva, o Tota, principal líder do CV em liberdade.
(MARIO HUGO MONKEN)


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