São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

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Suspeito de planejar furto ao Masp se entrega

Moisés Manuel de Lima Sobrinho, 25, se entregou ontem em São Paulo e, segundo a polícia, confessou participação no crime

Destino das obras seria a Arábia Saudita; advogado de Sobrinho disse que a participação de seu cliente foi "obscura e superficial"

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Suspeito de ter planejado o furto de duas telas do Masp no mês passado, Moisés Manuel de Lima Sobrinho, 25, se entregou ontem e, segundo a polícia, confessou participação no crime. Além de ter planejado, ele teria escolhido as telas Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, e O Lavrador de Café, de Candido Portinari -avaliadas em R$ 100 milhões- como alvo da ação.
Segundo a polícia, ele disse ainda que seus dois comparsas -já presos- planejavam enviar as obras para um comprador na Arábia Saudita.
O advogado do suspeito, Humberto Macchione de Paula, afirmou que a participação do seu cliente no furto "foi obscura e superficial". Afirmou que o caso corre sob sigilo de Justiça e não deu mais declarações sobre o furto.
De acordo com o delegado Youssef Abou Chahin, diretor do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic), Sobrinho fez cinco visitas ao Masp em cerca de 30 dias, a fim de planejar o furto. Foi ele quem decidiu qual entrada seria usada para invadir o edifício e que um macaco hidráulico seria utilizado para abrir à força uma porta de ferro.

Desafio
Sobrinho disse ainda, sempre segundo a polícia, que trabalhava como chefe de cozinha em restaurantes de São Paulo e que agiu motivado pelo desafio e pela aventura de invadir o museu, além da compensação financeira que receberia. Ele receberia 20% do valor conseguido com a venda das obras.
O suspeito de participação no crime está com prisão temporária decretada de cinco dias pela Justiça e deve ficar preso no 77º DP (Santa Cecília).
Sobrinho afirmou, em seu depoimento, que apenas planejou, mas não executou o furto. Policiais do Deic disseram não acreditar nessa versão. "Ele não ia arriscar mandar os [criminosos] que não conheciam [as telas] porque eles poderiam trazer uma obra errada", disse o delegado Chahin.
Segundo a polícia, Sobrinho entrou no museu para cometer o furto, no dia 20 de dezembro de 2007, em companhia de Robson de Jesus Jordão, 33, e Francisco Laerton Lopes Lima, 25, que já estão presos.
Sobrinho teria afirmado ainda à polícia que ouviu Lima comentar que as telas seriam vendidas para um comprador na Arábia Saudita. Ele disse também que era Jordão quem mantinha contato exclusivo com o comprador.


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