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Suspeito de planejar furto ao Masp se entrega
Moisés Manuel de Lima Sobrinho, 25, se entregou ontem em São Paulo e, segundo a polícia, confessou participação no crime
Destino das obras seria a Arábia Saudita; advogado de Sobrinho disse que a participação de seu cliente foi "obscura e superficial"
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Suspeito de ter planejado o
furto de duas telas do Masp no
mês passado, Moisés Manuel
de Lima Sobrinho, 25, se entregou ontem e, segundo a polícia,
confessou participação no crime. Além de ter planejado, ele
teria escolhido as telas Retrato
de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso, e O Lavrador de Café, de
Candido Portinari -avaliadas
em R$ 100 milhões- como alvo
da ação.
Segundo a polícia, ele disse
ainda que seus dois comparsas
-já presos- planejavam enviar as obras para um comprador na Arábia Saudita.
O advogado do suspeito,
Humberto Macchione de Paula, afirmou que a participação
do seu cliente no furto "foi obscura e superficial". Afirmou
que o caso corre sob sigilo de
Justiça e não deu mais declarações sobre o furto.
De acordo com o delegado
Youssef Abou Chahin, diretor
do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado
(Deic), Sobrinho fez cinco visitas ao Masp em cerca de 30
dias, a fim de planejar o furto.
Foi ele quem decidiu qual entrada seria usada para invadir o
edifício e que um macaco hidráulico seria utilizado para
abrir à força uma porta de ferro.
Desafio
Sobrinho disse ainda, sempre
segundo a polícia, que trabalhava como chefe de cozinha em
restaurantes de São Paulo e que
agiu motivado pelo desafio e
pela aventura de invadir o museu, além da compensação financeira que receberia. Ele receberia 20% do valor conseguido com a venda das obras.
O suspeito de participação no
crime está com prisão temporária decretada de cinco dias
pela Justiça e deve ficar preso
no 77º DP (Santa Cecília).
Sobrinho afirmou, em seu
depoimento, que apenas planejou, mas não executou o furto.
Policiais do Deic disseram não
acreditar nessa versão. "Ele
não ia arriscar mandar os [criminosos] que não conheciam
[as telas] porque eles poderiam
trazer uma obra errada", disse
o delegado Chahin.
Segundo a polícia, Sobrinho
entrou no museu para cometer
o furto, no dia 20 de dezembro
de 2007, em companhia de
Robson de Jesus Jordão, 33, e
Francisco Laerton Lopes Lima,
25, que já estão presos.
Sobrinho teria afirmado ainda à polícia que ouviu Lima comentar que as telas seriam vendidas para um comprador na
Arábia Saudita. Ele disse também que era Jordão quem
mantinha contato exclusivo
com o comprador.
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