São Paulo, terça-feira, 25 de janeiro de 2011

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DE NOVO, A CHUVA

Tietê transborda e áreas da zona leste submergem

Pelo menos três pessoas morreram durante o temporal da noite de domingo

Na Penha, água passou dos 2 metros de altura, invadiu casas, cobriu carros e deixou ontem cenário de destruição

DE SÃO PAULO
DO "AGORA"


A chuva da noite de anteontem deixou um saldo de três mortos em São Paulo, além de um cenário de guerra nos bairros da Penha e do Carrão, zona leste da cidade.
O rio Tietê transbordou pela segunda vez em um mês.
Na região mais afetada da Penha, próximo a um piscinão, um córrego parcialmente canalizado também transbordou. Ele deságua no Aricanduva, que acaba no Tietê.
Na área, choveu 102 mm, diz o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Na cidade, a chuva -classificada como muito forte- ficou ao redor dos 70mm.
Duas das três vítimas não haviam sido identificadas: um homem de cerca de 35 anos, arrastado na rua da Mooca, por volta de 21h, e outro com cerca de 45 anos, afogado na rua Aiamá, Penha.
O bombeiro Wescley França, 23, que mora a 300 m dali, chegou a alertar o homem sobre o perigo de andar nas ruas alagadas e tentou socorrê-lo por volta de 23h. Segundo França, o IML só recolheu o corpo às 10h de ontem.
A terceira vítima foi o baiano Adson Santos de Oliveira, 35, encontrado no Parque Novo Mundo, na zona norte.
No início da tarde de ontem, o clima na Penha era de desolação. Várias ruas tinham sido alagadas e ainda apresentavam as cicatrizes: crateras no asfalto, barro seco e montes de restos de móveis em frente às casas. Moradores diziam que nunca viram enchente como essa.
A artesã Adriana Medeiros, 38, perdeu as doações que tinha conseguido juntar para vítimas da tragédia da região serrana do Rio, inclusive brinquedos que ela confeccionou por quatro dias para crianças atingidas.
Um prédio da rua Carlos Silva, no Carrão, precisou de três bombas de sucção para tirar a água da garagem, que ainda estava a 30 cm do teto na tarde de ontem. Cerca de 40 carros estavam boiando.
Um muro do cemitério Chora Menino, em Santana, na zona norte, desabou.
Uma cratera se abriu na esquina da rua Helvétia com avenida São João, no centro.
A chuva de domingo se aproximou em intensidade da de duas semanas atrás, que também parou São Paulo. Desde de então, 40 pessoas desabrigadas dormem numa escola do extremo leste da cidade. Elas são, na maioria, de áreas do Jardim Pantanal, onde o problema de alagamentos é crônico.
Os prejuízos de anteontem foram amenizados pelo fato de o temporal ter ocorrido numa noite de domingo. Para hoje, aniversário de São Paulo, a previsão é de chuva.


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