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ADMINISTRAÇÃO
Vereadores evitam assunto
Licença para Mellão sai de discussão
da Reportagem Local
Depois de propor o afastamento
do presidente da Câmara, Armando Mellão (PMDB), denunciado à Justiça pelo Ministério Público sob acusação de concussão e
formação de quadrilha, os vereadores voltaram atrás ontem, decretaram um toque de silêncio sobre o assunto e iniciaram uma
discussão sobre a votação de projetos. Porém, nada foi votado.
Os vereadores estão dispostos a
aguardar o pronunciamento da
Justiça sobre se acata ou não a denúncia. O resultado implicará posicionamentos distintos por parte
dos parlamentares. A avaliação
comum entre eles é que, se a Justiça acatar a denúncia, vão aumentar as pressões para que Mellão
renuncie da presidência.
Nesse caso, o vice-presidente,
Pierre de Freitas (PSDB), assumiria sua vaga e convocaria uma
eleição para a primeira sessão ordinária após a renúncia. Freitas,
porém, descarta essa possibilidade. Ele disse acreditar que Mellão
irá comprovar sua inocência.
Caso a Justiça não dê prosseguimento ao processo, a rotina da
Câmara volta ao normal. A avaliação de pessoas próximas a Mellão
é que, se ele se afastar agora da
presidência e a Justiça acatar a denúncia contra ele, ficaria praticamente impossível reassumir o
cargo. Por isso, o aconselharam a
se manter na função.
"Sugerimos seu afastamento,
mas não sua destituição do cargo", disse o líder do PT, José
Eduardo Martins Cardoso, que
anteontem havia defendido o
afastamento. "Se fosse ele, eu deixaria o cargo até a Justiça se pronunciar", afirmou Wadih Mutran
(PPB). Para Viviani Ferraz (PL),
"a Câmara vai aguardar a Justiça".
Alguns vereadores disseram
ontem que a pressão para que o
presidente da Câmara se afastasse
até o pronunciamento da Justiça
teve como pano de fundo a definição das comissões permanentes
da Casa, que também interessa ao
Executivo.
Essas comissões (nove, no total), são responsáveis por analisar
previamente os projetos de lei e
dar parecer sobre o assunto. As
mais importantes são a de Justiça
e a de Finanças. A primeira pode
sugerir o arquivamento de um
projeto opinando por sua ilegalidade. A segunda, entre outras coisas, é a única a se pronunciar sobre o orçamento.
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