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CRIME
Apartamento foi revistado sem mandado
Provas contra Meira podem ser ilegítimas
MARIANA VIVEIROS
da Reportagem Local
As provas encontradas pelos investigadores de polícia no apartamento do estudante de medicina
Mateus da Costa Meira podem ser
consideradas ilícitas.
Meira é acusado da morte de
três pessoas e da tentativa de homicídio contra mais 36. Em novembro do ano passado, ele disparou 39 tiros dentro de uma sala
de cinema no MorumbiShopping
(zona sudoeste de São Paulo).
O delegado João Batista Palma
Bedochi, que comandou a diligência à casa de Meira na noite
em que ele foi preso, disse ontem
que não possuía um mandado de
busca para revistar o local. A afirmação foi feita na presença da juíza Jucinara Esther de Lima, em
audiência no 1º Tribunal do Júri.
Os promotores que trabalham
no caso afirmam que a prisão em
flagrante justificaria a falta do
mandado.
Criminalistas ouvidos pela Folha afirmam que o mandado era
necessário no caso de Meira, mesmo com o flagrante.
A busca no apartamento sem o
mandado só se justificaria se Meira tivesse sido preso no local, o
que não aconteceu. O estudante
foi detido no MorumbiShopping.
As provas encontradas no apartamento podem ser desconsideradas no processo.
O advogado Alberto Toron afirma, no entanto, que isso não afeta
o flagrante nem o procedimento
policial no shopping, que permanece para ele "válido e eficaz".
Testemunhas
Também foram ouvidas ontem
à tarde seis testemunhas da defesa. A favor de Meira, falaram um
morador, um porteiro e um zelador do prédio onde vivia o estudante e um funcionário do hotel
Príncipe, onde ele teria se hospedado uma noite antes do crime. O
funcionário reconheceu Meira.
As outras duas testemunhas de
defesa eram de Marcos Paulo Almeida dos Santos, acusado de ter
vendido a Meira a submetralhadora usada no crime.
Para que o juiz José Ruy Borges
Pereira, responsável pelo caso, diga se Mateus Meira vai ou não a
júri popular, ainda falta ser ouvida uma testemunha da defesa,
que não compareceu ontem à tarde. A Justiça deu três dias para
que o advogado apresente a testemunha ou escolha outra.
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