|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEDICAMENTOS
Baseado em dados da CPI, Ministério Público de MG investiga aumento abusivo dos remédios
Mais 15 laboratórios são processados
RANIER BRAGON
da Agência Folha, em BH
O Ministério Público de Minas
Gerais instaurou ontem 15 processos administrativos contra 15
laboratórios devido à suspeita de
aumento abusivo no preço de 20
remédios entre agosto de 1994 e
junho de 1999.
Na semana passada já haviam
sido abertos 15 inquéritos contra
15 laboratórios que teriam praticado reajuste bem acima da taxa
inflacionária.
Os processos foram baseados
em documentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
dos medicamentos da Câmara
Federal, os quais apontam aumento nos preços de analgésicos,
tranquilizantes, descongestionantes nasais e antibióticos em
até 164% acima da inflação.
Dois dos medicamentos sob
suspeita de aumento abusivo já
têm genéricos (cópias idênticas)
aprovados pelo Ministério da
Saúde, com preço 40% inferior
aos dos remédios originais. São o
Aerolin, broncodilatador da Glaxo Wellcome (genérico Salbutamol, fabricado pela Teuto) e o
Plasil, da Hoechst (Cloridrato de
Metoclopramida, também fabricado pela Teuto).
Dos 47 medicamentos sob suspeita, o que teve o maior aumento
foi o tranquilizante Diazepan, da
Novaquímica Sigma Pharma, de
São Paulo. De agosto de 1994 a julho do ano passado, o remédio foi
reajustado em 164,46% acima da
inflação, de R$ 1,43 a R$ 6,40. A
reportagem não conseguiu entrar
em contato com a Novaquímica.
Se for comprovado o aumento
abusivo, os laboratórios podem
receber multas que vão de R$ 212
a R$ 3,2 milhões para cada infração. Caso não haja a redução aos
preços anteriores, podem ser
abertos outros processos pelo Ministério Público.
A Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica),
que representa os laboratórios,
reafirmou, como na semana passada, que as denúncias de aumentos abusivos têm que ser investigadas e, caso for comprovada alguma irregularidade, os responsáveis devem ser punidos.
Texto Anterior: Polícia: Suspeito buscava dados atuais da Receita Próximo Texto: Saúde: Desconto a distribuidor encarece remédio Índice
|