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ADMINISTRAÇÃO
Em novo julgamento, tribunal determina que seja feito estudo sobre item do edital antes apontado como ilegal
TCM libera licitação do transporte público
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Contas do Município de São Paulo transformou
ontem em dúvida uma questão
em que insistia haver ilegalidade e
liberou a licitação do transporte
público lançada pela prefeitura
para a concessão do serviço.
A decisão ocorreu em novo julgamento da concorrência, que
havia sido suspensa pelo órgão no
final do mês passado.
Na época, os conselheiros do
TCM argumentavam que a licitação apresentava falhas e ilegalidades, como o fato de o edital prever
que as empresas de ônibus interessadas na concessão serão escolhidas com base na menor remuneração por passageiro transportado.
O tribunal sustentava que o critério contrariava uma lei federal
que estabelece as regras para concessão de serviço público, tanto
que chegou a reiterar sua opinião
sobre a questão ao julgar recurso
da gestão Marta Suplicy (PT) contra a suspensão da licitação na última quarta-feira.
Pela lei 8.987/95, um dos critérios previstos para julgar as propostas é o de "menor tarifa do serviço público a ser prestado", daí a
alegada ilegalidade do edital.
Como a licitação envolverá a assinatura de contratos de R$ 12,3
bilhões com as empresas que vencerem a disputa, o tribunal via no
item, até então apontado como
"cláusula essencial do edital", a
impossibilidade de a disputa ser
mantida pela administração.
Ontem, porém, o tribunal liberou a licitação sem que o critério
de julgamento fosse mudado, como ocorreu com outros itens em
que os conselheiros tinham apontado falhas e ilegalidades.
Os argumentos para aprovar a
liberação da licitação foram, entre
outros, o de que o transporte coletivo "se reveste de inquestionável
prioridade" e o de que a prefeitura
mudou parte do edital, para, por
exemplo, acabar com a possibilidade de a concessão inicial de dez
anos poder ser ampliada para até
25 anos.
Pela decisão de ontem, a suposta ilegalidade quanto ao critério
de julgamento terá de ser analisada em "estudos aprofundados".
Esses estudos, segundo o tribunal, podem demorar seis meses
para serem concluídos, enquanto
a licitação já tem data marcada
para terminar. Segundo já declarou o secretário Jilmar Tatto
(Transportes), as propostas das
empresas interessadas na concessão serão abertas na sexta-feira.
"Nós não contávamos com isso", disse Antônio Sampaio Amaral Filho, diretor jurídico do Transurb (sindicato das empresas de
ônibus), sobre a decisão dos conselheiros do TCM.
Ele e empresários de ônibus
acompanharam o julgamento da
licitação no tribunal. Ontem, eles
não confirmaram se as empresas
que atualmente exploram o serviço disputarão a concessão ou se
irão à Justiça contra a licitação.
"Não sei responder sobre isso",
disse o diretor do Transurb.
Atualmente, as empresas não
têm contratos firmados com a
prefeitura.
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