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São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

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CARNAVAL

Esquema contará com 2.825 homens; sambistas deverão ser revistados nos ônibus, nas quadras e na concentração

Desfile em SP terá reforço na segurança

PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a morte de três pessoas em confrontos entre blocos ligados à União das Escolas de Samba de São Paulo (Uesp) -e que são vinculados a times de futebol da cidade-, o Anhembi anunciou reforços na segurança para os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, que acontecem na próxima sexta-feira e no sábado e devem reunir 60 mil pessoas.
No sábado passado, integrantes do bloco são-paulino Independente atacaram corintianos do bloco Pavilhão 9. O carnavalesco Ruy Luciano Nogueira, 25, do Pavilhão 9, morreu com um tiro na cabeça. Após o desfile, dois ônibus do Independente foram em direção à quadra da palmeirense Mancha Alviverde, onde havia uma festa. Duas pessoas foram espancadas até a morte.
Ontem à noite, em assembléia, a Uesp decidiu eliminar o Independente, que desfilou no sábado, e desfiliá-lo, em caráter irrevogável (leia texto nesta pág.)
Se a Uesp chegar à conclusão de que o Pavilhão 9 teve culpa no caso, aplicará a mesma punição. Além disso, só após a apuração será julgado se o desfile do Pavilhão 9 será considerado (o bloco percorreu o sambódromo cantando só o pai-nosso).
A Uesp diz, em nota, que não havia no local policiamento suficiente. O comando da Polícia Militar nega e diz que esteve no local com 340 homens e agiu rapidamente logo após a briga.

Medidas
Para evitar incidentes, o presidente do Anhembi, Celso Marcondes, decidiu ampliar, de 2.165 para 2.825 homens, o esquema de segurança nos desfiles do Grupo Especial. Só a PM irá aumentar de 900 para 1.200 o efetivo. Haverá também seguranças contratados pela Liga das Escolas de Samba, responsáveis por revistar sambistas nas quadras.
Como no ano passado, a tropa de choque da Polícia Militar estará nos portões do sambódromo.
As novidades são as revistas de ônibus de sambistas e de integrantes das escolas na concentração. "Não é possível revistar todos os componentes de uma escola, mas vamos usar todo o know-how que temos com as torcidas e jogos de futebol", afirmou o coordenador operacional da PM, coronel Leopoldo Correa. Três equipes contratadas pelo Anhembi filmarão as escolas.
"Nunca houve um processo de revista das pessoas que desfilam. Comparo isso a revistar um jogador de futebol antes da partida. Foi um fato inédito e estamos atônitos", disse Marcondes.
Durante os desfiles, 30 policiais civis estarão infiltrados nas arquibancadas, nos camarotes, na concentração e na dispersão. Cadetes da PM também circularão por esses setores.
De acordo com o delegado titular da Deatur (Delegacia de Atendimento ao Turista), Antonio Carlos Menezes Barbosa, esses policiais vão prender pessoas que ameaçarem a segurança.


Colaborou o "Agora"


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