São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 2006

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RIO

Conclusão é que Lorde não foi beneficiado

Corregedoria descarta ajuda dada a traficante

DA SUCURSAL DO RIO

Investigação da Corregedoria-Geral Unificada da Secretaria de Segurança do Rio não achou elementos de que Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde -acusado de tráfico e mandante confesso do ataque ao ônibus da linha 350 que deixou cinco mortes-, tenha sido enviado pela Secretaria Estadual de Direitos Humanos a um abrigo em São Paulo duas semanas antes de se entregar à polícia.
No dia 14 de janeiro, a Folha publicou reportagem que afirmava que, segundo relato de funcionários da Secretaria de Direitos Humanos, Lorde havia se apresentado em 21 de dezembro com nome falso, dito que estava sendo ameaçado de morte e que tinha pedido ajuda para deixar o Estado. Sem o reconhecer, a secretaria o encaminhou a um abrigo em São Paulo.
A reportagem relatava que o suposto erro só foi descoberto quando Lorde se entregou à polícia em 5 de janeiro. Ao verem sua imagem, funcionários da secretaria disseram ser ele o homem que havia se apresentado no dia 21.
Segundo a reportagem, Lorde se apresentou com o nome de Marco Aurélio de Souza. Segundo a Corregedoria, o número de identidade apresentado corresponde ao registrado em nome de Marco Aurélio de Souza, filho de pai não declarado, sem passagem pela polícia, o que descartaria a hipótese de Lorde ter ido à secretaria com documento falso.
No depoimento atribuído a Marco Aurélio de Souza, ele afirma que morava na favela do Dique, Vigário Geral, e que pertencia ao tráfico de drogas no local. Diz que os traficantes foram avisados de que a favela seria invadida por rivais por ter escondido Lorde, após o incêndio do 350, e que recebeu telefonema dizendo que seus irmãos tinham sido esquartejados. A PM esteve no local, mas nada encontrou.
Ao tomar conhecimento das conclusões da Corregedoria, a Folha voltou a ouvir os funcionários da secretaria. Eles continuam a pedir que seus nomes sejam preservados, mas reafirmam ser Lorde e Souza a mesma pessoa, apesar de não terem provas disso.


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