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Melhoria salarial não é suficiente, diz MEC
DA SUCURSAL DO RIO
Para o MEC e secretários de
educação, a melhoria dos salários dos professores é um ponto
positivo, mas não suficiente para impactar na qualidade.
O ministro Fernando Haddad diz que o governo espera
que os salários continuem melhorando por causa do Fundeb
(fundo de financiamento da
educação básica que substituiu
o Fundef) e da aprovação do piso nacional de R$ 850, em tramitação no Congresso. Ele afirma, no entanto, que a melhoria
na formação dos professores é
fundamental.
Sua avaliação é de que os currículos em cursos de pedagogia
são muito voltados para a formação teórica e preparam pouco o professor para sua principal função em sala de aula: ensinar. Para incentivar a mudança, o ministro diz que o próximo Enade -avaliação aplicada
aos os formandos- já será adequado a essa nova formação.
Outra estratégia que Haddad
cita nesse sentido foi a criação
do Conselho Técnico e Científico da Educação Básica, órgão
que terá entre suas atribuições
orientar políticas públicas para
capacitação de professores e
ajudar o MEC na avaliação da
qualidade dos cursos.
O ministério quer também
incentivar que os melhores
professores formados em universidades públicas sejam
atraídos pelas escolas públicas.
"Foi por isso que, ao lançarmos
o Pibid [programa que oferecerá bolsas a alunos de cursos de
licenciatura e pedagogia de
universidades públicas], colocamos como contrapartida o
desenvolvimento de projetos
de educação em escolas públicas", diz Haddad.
O sociólogo Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE no
governo FHC e atual presidente do Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade, aponta
como fundamental para a qualidade da educação a melhoria
da formação do professor.
"Bons salários podem atrair
melhores talentos, mas aumentar o vencimento de quem já está trabalhando não muda muita
coisa. No entanto, para mudar
o prestígio da profissão, é preciso também melhorar a qualidade dos cursos de pedagogia e
educação, hoje desmoralizados. Uma combinação interessante poderiam ser cursos bem
articulados, criados ou supervisionados por secretarias de
educação como as de São Paulo
ou Minas", diz.
(AG)
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