São Paulo, quinta-feira, 25 de março de 2010

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32 escolas estaduais atingem nível "top"

No ano anterior, nenhuma instituição alcançou esse patamar em exame feito pelo próprio governo; número representa 1% da rede

Educador diz que número é baixo, mas o que preocupa são os 20% de colégios com nota 3; Secretaria da Educação diz que toda a rede melhorou

FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trinta e duas escolas estaduais de São Paulo -o equivalente a 1% da rede- atingiram no ano passado um patamar de qualidade considerado ideal pelo próprio governo (nível semelhante ao da Finlândia, líder em rankings internacionais).
Dos colégios "tops", só dois estão na capital. No ano anterior, nenhuma unidade do Estado alcançou o objetivo no Idesp, a avaliação estadual.
O índice considera o desempenho dos estudantes nos exames de português e matemática (Saresp), além da taxa de aprovação dos alunos. A intenção é que, em 2030, a média da rede seja semelhante à situação atual dos países desenvolvidos.
Os dados foram tabulados pela Folha, com base nas notas publicadas ontem pela Secretaria Estadual da Educação. Até então, haviam sido divulgadas apenas as médias da rede.
"O número de escolas que atingiram o objetivo é muito baixo", afirma o pesquisador Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP. "Mas é preciso considerar que os patamares são bem exigentes."
O secretário Paulo Renato Souza (Educação) diz que "o fato de mais escolas terem atingido a meta de longo prazo é positivo. Mais importante, porém, é constatar a forte melhoria de toda a rede de escolas".
A gestão José Serra (PSDB) espera que, da 1ª à 4ª série, a rede tenha nota 7 no Idesp em 2030, numa escala de 0 a 10.
Hoje, está em 3,85 (era de 3,25 um ano antes). Da 5ª à 8ª, espera-se média 6 (hoje em 2,8); no ensino médio, 5 (hoje em 1,9).
"A evolução muito positiva no primeiro ciclo do ensino fundamental permite prever melhor progressão escolar, pois alunos mais preparados estão seguindo para o segundo ciclo", diz Paulo Renato. Educadores classificaram como "tímido" o avanço nas médias.

Interior x capital
Para o pesquisador da USP, as escolas do interior tendem a atingir níveis melhores porque os professores mudam menos de colégio do que na capital.
A estabilidade do corpo docente aparece nos estudos educacionais como fator de melhoria. Além disso, diz Alavarse, as escolas na região metropolitana são maiores. "Eu mesmo trabalhei como coordenador em uma que tinha 1.700 alunos.
Como dar atenção a todos?"


Colaboraram ALEXANDRE NOBESCHI e
RODRIGO FIUME , da Redação


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