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SAÚDE
Atuação vai se concentrar em 250 cidades, que reúnem 75% dos doentes do país; 44 mil agentes serão treinados
Governo anuncia ação contra tuberculose
da Sucursal de Brasília
Pelo menos 25% da população
brasileira carrega o bacilo da tuberculose, embora apenas 120 mil
desenvolvam a doença por ano e
6.000 morram vítimas dela.
Para reverter a tendência de aumento de infectados pela tuberculose, o Ministério da Saúde vai
concentrar suas ações em 97 nos
250 municípios que concentram
75% dos cerca de 96 mil novos casos da doença registrados no ano
passado.
O anúncio foi feito ontem em
Brasília durante a comemoração
do Dia Mundial de Combate à Tuberculose.
Capitais
As capitais brasileiras concentram cerca de 40% dos portadores
de tuberculose no país. A região
Sudeste é a mais afetada, com 43,2
mil casos registrados em 95.
Os Estados que tiveram maior
número de casos em 95 foram São
Paulo (18,2 mil) e Rio (16,8 mil).
Nesses dois Estados, os municípios escolhidos para serem beneficiados pelo plano emergencial ficam na região metropolitana ou
têm grande incidência de Aids
(doentes de Aids são mais sujeitos
à tuberculose).
Entre eles estão Santos, São Vicente, Santo André, Diadema,
Guarulhos, Osasco, Taboão da
Serra e São Bernardo do Campo
(em São Paulo) e Duque de Caxias,
Nova Iguaçu, Niterói, Belford Roxo e São João do Meriti (no Rio).
A meta do plano emergencial é
detectar 90% dos novos casos nos
250 municípios escolhidos, além
de curar 85% desses casos.
O governo federal vai repassar
em 97 R$ 17 milhões aos Estados e
municípios para a compra de medicamentos, treinamento de pessoal e aumento da capacidade laboratorial.
``Quanto mais cedo detectarmos
os novos casos, melhor. O doente
terá infectado menos gente e a
chance de cura será maior'', afirma Elisa de Sá, presidente da FNS
(Fundação Nacional da Saúde).
O abandono de tratamento é
apontado como principal empecilho à redução dos casos de tuberculose e dos óbitos.
Em média, 14% dos pacientes
não completam o tratamento, que
tem duração de seis meses, embora a distribuição seja gratuita.
Em alguns municípios, a taxa de
abandono sobe para 25% dos pacientes que iniciam o tratamento.
``Não adianta só colocar os remédios à disposição da população.
É preciso fazer com eles que cheguem até os doentes durante todos
os seis meses de duração do tratamento'', disse Elisa de Sá.
Para reduzir o índice de abandono e diagnosticar mais cedo os novos casos de tuberculose, a FNS vai
treinar os 44 mil agentes comunitários de saúde. ``Podemos ensiná-los a colher as lâminas com
amostra de sangue que serão examinadas'', disse Elisa.
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