São Paulo, terça, 25 de março de 1997.

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Sistemas híbridos são unanimidade, segundo o Banco Mundial
Especialistas defendem ação conjunta de Estado e empresas

da Reportagem Local

Qual o papel dos sistemas público e privado de saúde na manutenção do bem-estar dos cidadãos? Este foi o principal tema de discussão do ``Encontro Internacional sobre Sistemas de Saúde: Algumas novas experiências', realizado ontem no Hotel Maksoud Plaza, região central de São Paulo.
Os participantes do seminário concordaram em um ponto: a noção de que cabe apenas ao Estado cuidar da saúde de seus cidadãos não é mais uma unanimidade no mundo.
Em maior ou menor grau, a maioria dos países tem hoje sistemas de saúde híbridos, em que a medicina estatal convive com a privada. O economista do Banco Mundial Philip Musgrove mencionou um levantamento feito em 58 países que mostra a quase ausência de sistemas unicamente estatais ou privados.
``Os sistemas público e privado têm que ser parceiros no atendimento ao doente'', disse o médico Raul Cutait, do Instituto para o Desenvolvimento da Saúde, organizador do seminário.
O ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, que participou do evento, também reconheceu a impossibilidade de atuação isolada do sistema estatal. ``Nem o governo nem a iniciativa privada pode atender sozinho às necessidades da população'', disse o ministro.
O relacionamento entre a medicina pública e privada é, no entanto, um problema universal. No badalado modelo chileno, os planos de saúde empurram para os hospitais públicos as cirurgias mais caras -exatamente o que acontece no Brasil.

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