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CÂMARA
Advogado de vereador diz que ele está deprimido e incapaz de comparecer a depoimento
Viscome apresenta atestado médico para evitar CPI e cassação
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O vereador Vicente Viscome (expulso do PPB), acusado de chefiar
a máfia da propina que agia na Administração Regional da Penha,
alegou ontem, por meio de um advogado, estar doente e incapacitado de comparecer às sessões da
Câmara e de depor hoje na CPI da
máfia que investiga rede de corrupção em São Paulo.
Viscome teve sua prisão temporária decretada e está foragido desde o dia 9 de março.
No atestado, o médico ginecologista Mateus Caruso Silveira afirma que Viscome está com depressão e precisa de repouso absoluto.
O pedido de licença médica tem
duas funções: apresenta uma justificativa para o não-comparecimento de Viscome à CPI e evita a
contagem de tempo ausente das
sessões, o que poderia causar sua
cassação.
Se não comparecer à CPI, Viscome pode ser julgado à revelia na
Câmara. Se faltar a um terço das
sessões da Câmara em um ano
(cerca de três meses), o vereador
também corre o risco de perder o
cargo (leia textos nesta página).
O atestado médico foi apresentado pelo advogado Fábio Machado
D'Ambrósio com um pedido de licença de 30 dias. Mas D'Ambrósio
não conseguiu entregar oficialmente o documento.
Ele tentou entregar o pedido de
licença ao presidente da Câmara,
Armando Mellão, a Paulo Frange,
líder do PPB na Câmara, e ao presidente da CPI. Não teve sucesso.
É que pela regras internas da Câmara, o pedido tem que ser entregue pelo vereador. Há também a
possibilidade de o pedido ser feito
pelo líder do partido do parlamentar. Como foi expulso do PPB, Viscome perdeu essa alternativa.
A outra possibilidade seria protocolar o documento na Câmara.
O advogado não aceitou a sugestão
porque o pedido não seria avaliado
ontem e não daria a condição de
afastamento a Viscome a partir de
hoje.
"Para a CPI, o pedido de licença
não muda nada", disse ontem o
presidente da comissão, o vereador José Eduardo Cardozo (PT).
Cardozo disse que pode até convocar o médico que deu o atestado
a Viscome para depor.
Também foi levantada a hipótese
de solicitar aos advogados informação sobre o paradeiro de Viscome para a comissão chegar a ele e
tomar seu depoimento.
"Ele (Viscome) está debilitado fisicamente e psicologicamente. A
depressão pode levar ao suicídio.
Quero ver quem vai se responsabilizar se isso acontecer", disse o advogado. Ele nega saber o paradeiro
de Viscome.
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