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Diocese é responsável pelo caso, diz CNBB
DA FOLHA RIBEIRÃO
A responsabilidade pelo caso de
Franca é do próprio padre e da
diocese à qual ele pertence, segundo a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).
O bispo de Blumenau (SC) e responsável pelo setor de Vocações e
Ministério da CNBB, dom Angélico Sândalo Bernardino, afirmou
que o padre envolvido em casos
como esse pode continuar na função se quiser, mas terá sua responsabilidade diminuída.
"Ele [o padre] pode se reequilibrar. Não tem problema ele continuar no ministério, desde que tenha o acompanhamento de um
padre. Ele terá uma responsabilidade menor, pelo menos por um
bom tempo, até que mostre que
refez a vida. Não poderá, por
exemplo, assumir a responsabilidade por uma paróquia", disse
dom Angélico, que já foi padre em
Ribeirão Preto (314 km de São
Paulo) nos anos 60 e 70.
Para dom Angélico, o padre Heliberto Santos, de Franca, terá de
assumir a responsabilidade com a
menor grávida. "A menor tem de
ter toda a segurança que a lei lhe
faculta. Em um caso desses, a gente pergunta: você quer casar, meu
filho? Se ele disser que não, eu não
posso obrigá-lo. Nesse caso, a
igreja tem de possibilitar ao padre
uma revisão, mas, mesmo assim,
ele tem de assumir todos os ônus
com a família da moça."
Para ele, o caso é semelhante ao
de qualquer homem casado e
com filhos que se apaixona por
outra mulher. "Há inúmeros casos que acontecem com pessoas
boas casadas. É um acidente, mas
ele pode se reequilibrar", afirmou.
Para dom Angélico, foi bom para o padre ter saído de Franca,
procedimento que ele diz ser comum na igreja. O bispo de Blumenau afirmou que é favorável à abertura da igreja para padres casados. "O celibato é um dom. Podemos, ao lado de padres celibatários, ter a possibilidade de que a
igreja permita que pessoas casadas sejam ordenadas padres."
Ele ressalvou, porém, que não é
favorável a essa abertura por causa do crescimento dos escândalos
sexuais que têm envolvido a igreja
atualmente, mas sim porque a
"igreja primitiva permitia". De
acordo com ele, nos ritos da Igreja
Católica oriental já existe essa permissão, coisa que não acontece na
igreja de rito latino.
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