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DE OLHO NA URNA
Alckmin afirma que prefeitura não cedeu áreas para CDPs; secretário de Marta diz que governo rejeitou proposta
Segurança põe fim à trégua entre PT e PSDB
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
As discussões sobre segurança
pública, um dos temas centrais da
próxima campanha eleitoral, deflagraram o fim da trégua entre o
governo do Estado, do PSDB, e a
Prefeitura de São Paulo, do PT.
Depois de alguns ensaios para
uma possível parceria no combate à criminalidade, que é o ponto
mais vulnerável da administração
tucana, o governador Geraldo
Alckmin e o secretário estadual da
Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, partiram para o
ataque ontem.
Os dois criticaram a prefeitura
por não ceder áreas municipais
para a construção de CDPs (Centros de Detenção Provisória) e
unidades da Febem (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor). Na segunda-feira, Abreu Filho também condenou o projeto
da prefeita Marta Suplicy (PT) de
criar uma secretaria municipal da
segurança pública.
"Infelizmente, aqui em São Paulo, pedimos isso [cessão de áreas"
à prefeitura, e não nos foi dado
um terreno", afirmou Alckmin.
Segundo ele, a cessão de áreas vai
apressar a desativação das carceragens dos DPs e diminuir a superlotação nos presídios.
"Na primeira reunião que tivemos [começo do ano passado",
colocamos três áreas nas quais a
prefeitura não precisaria entrar
com dinheiro, só com terreno: enchentes, habitação e CDPs. Nessa
área [CDPs", não conseguimos",
disse Alckmin. Segundo ele, cada
novo CDP pode significar a desativação de seis carceragens de distrito. Dos 93 DPs em São Paulo, 67
ainda abrigam presos.
O secretário afirmou que pede
área municipal desde a época que
presidia a Febem (de janeiro de
2001 a janeiro de 2002). "As novas
unidades da Febem têm a área de
um campo de futebol. É razoável
não ter um campo de futebol [para ceder"?", questionou.
O governo Alckmin tenta agora
dividir a responsabilidade pelo
aumento da criminalidade. "Sozinho? O que é isso? Santo milagreiro", disse Abreu Filho, ao reclamar da falta de apoio das prefeituras. "O Estado entra com tudo, e a
prefeitura só aponta o terreno.
Não é razoável essa parceria? Então não sei o que é."
Na primeira crítica de Abreu Filho, sobre criação da secretaria
municipal de segurança, o secretário de Governo da prefeitura,
Rui Falcão, evitou a polêmica e
não quis comentar. Ontem, porém, Falcão informou, por meio
de uma nota oficial, que as ações
de combate à violência "devem
ser combinadas com programas
sociais de erradicação da miséria,
como o Renda Mínima, o Bolsa
Trabalho e o Começar de Novo".
Segundo a mesma nota, a prefeita combinou com Alckmin
uma ação na qual o Estado entraria com reforço do policiamento e
o município com as ações sociais.
A assessoria de Falcão disse que,
na negociação para a desativação
do complexo do Carandiru, em
março de 2001, a prefeitura se
propôs a pesquisar áreas municipais para a construção de presídios, mas que o governo do Estado rejeitou a proposta.
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