São Paulo, quinta-feira, 25 de abril de 2002

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Após discussão, presos são decapitados em SP

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Três presos decapitados por outros detentos tiveram as cabeças e os restos dos corpos atirados na noite de anteontem no corredor de um dos quatro pavilhões da cadeia pública Manoel Luiz Ribeiro, o chamado Cadeião de Praia Grande (litoral paulista).
Além da cabeça cortada, José Luiz de Oliveira Souza, 18, teve o corpo esquartejado. Os outros dois mortos são Rodrigo Silva Trindade, 18, e Paulo Roberto de Moura, 49, que estava na cadeia desde 1999.
Os crimes começaram a acontecer após uma discussão entre detentos pouco antes das 20h, horário em que foi recolhido o corpo de Rodrigo Trindade. Uma hora mais tarde, ocorreram os outros dois assassinatos. Trindade havia recebido alvará de soltura, e, no momento do crime, familiares esperavam por ele do lado de fora.
O diretor da cadeia, delegado Cláudio Rossi, afirmou que não é a primeira vez que crimes do gênero acontecem na prisão. Segundo ele, em pelo menos cinco outras ocasiões, presos foram decapitados por companheiros.
"Virou moda. Sempre que matam, decapitam. É uma guerra entre eles", afirmou o diretor, que disse desconhecer a motivação dos homicídios, cuja autoria será apurada em inquérito instaurado pelo 2º Distrito Policial da cidade.
Na avaliação de Rossi, a crueldade dos assassinatos é um meio empregado pelos detentos que disputam a liderança da cadeia para intimidar outros presos e impor respeito.
O Cadeião de Praia Grande tem 512 vagas e recebe a maioria dos homens presos pela polícia da Baixada Santista. A cadeia é destinada somente a presos que aguardam o julgamento. Atualmente, 788 detentos estão no local.

Fuga
Em Mongaguá (litoral sul de SP), sete homens fugiram na noite de anteontem do presídio semi-aberto Rubens Aleixo Sendin, após um princípio de rebelião.
Em revista nas celas, policiais apreenderam cinco aparelhos de telefone celular, três carregadores de baterias, dez facas e um facão.



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