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Metrô acusa e pune cinco sindicalistas por sabotagem
2 funcionários foram demitidos e outros 3 afastados para apuração de falta grave
Sindicato nega que eles tenham sabotado sistema;
lei trabalhista prevê estabilidade a 7 dirigentes sindicais e a seus suplentes
DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE
Um dia após a greve que parou o Metrô de São Paulo por
uma hora e meia, cinco funcionários ligados ao sindicato da
categoria foram punidos pela
empresa, acusados de sabotar o
sistema. Dois deles foram demitidos por justa causa. Os outros três, protegidos pela lei
trabalhista, foram afastados
para apuração de falta grave.
Foram demitidos Ronaldo
Campos de Oliveira, secretário
de saúde da entidade, e Ciro
Moraes, conselheiro fiscal. Os
afastados são Paulo Roberto
Pasin, vice-presidente do sindicato, Pedro Augustinelli Filho,
secretário-geral, e Alex Fernandes, secretário de esporte.
Em nota, o Metrô acusou Oliveira de ter entrado na cabine
de um trem com o objetivo de
parar o operador e Moraes de
ter circulado por túneis e bloqueado a energia elétrica em
um trecho. A nota do Metrô
não justifica a punição aos outros três e nem esclarece em
que evidências se baseiam as
acusações de sabotagem.
A lei trabalhista prevê estabilidade no emprego a sete dirigentes sindicais e seus suplentes, totalizando 14 pessoas. Eles
só podem ser demitidos por
justa causa após responder a
um inquérito judicial, o que
ocorrerá com os afastados.
Ontem mesmo, o sindicato
dos metroviários realizou uma
série de ações pela readmissão
dos funcionários e afirmou não
recorrer a sabotagens. "Queremos explicar ao governador José Serra que não precisamos
disso [sabotagem]. Em 32 anos
de Metrô, já fizemos greve de
seis dias sem colocar em risco
os funcionários ou o patrimônio", afirmou o presidente do
sindicato, Flávio Godoi
O sindicato conseguiu o
apoio do ministro do Trabalho
e Emprego, Carlos Lupi, para
interceder junto ao governo do
Estado. Antes de interferir, porém, Lupi afirmou que irá
aguardar o parecer da Delegacia Regional do Trabalho.
A paralisação de anteontem
foi em protesto à eventual derrubada pelo Congresso do veto
do presidente Lula à emenda 3.
A medida estabelece que só cabe à Justiça, e não a auditores
fiscais, decidir se um contrato
de prestação de serviço encobre uma relação trabalhista.
Em nota, o Metrô disse conviver "democraticamente com
manifestações sindicais. O que
não admite, e nem pode permitir, é intervenção ilícita na operação do seu sistema, que requer segurança absoluta".
Outra medida adotada pelo
Metrô contra os metroviários é
cobrar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região o cumprimento da liminar
que previa multa de R$ 100 mil
ao sindicato se ao menos 80%
dos trens não circulassem a
partir das 4h30 de segunda e
100% a partir das 6h. Segundo o
Metrô, todos os trens ficaram
parados até as 5h59.
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