São Paulo, quarta-feira, 25 de abril de 2007

Texto Anterior | Índice

Metrô acusa e pune cinco sindicalistas por sabotagem

2 funcionários foram demitidos e outros 3 afastados para apuração de falta grave

Sindicato nega que eles tenham sabotado sistema; lei trabalhista prevê estabilidade a 7 dirigentes sindicais e a seus suplentes

DO "AGORA"
DA FOLHA ONLINE

Um dia após a greve que parou o Metrô de São Paulo por uma hora e meia, cinco funcionários ligados ao sindicato da categoria foram punidos pela empresa, acusados de sabotar o sistema. Dois deles foram demitidos por justa causa. Os outros três, protegidos pela lei trabalhista, foram afastados para apuração de falta grave.
Foram demitidos Ronaldo Campos de Oliveira, secretário de saúde da entidade, e Ciro Moraes, conselheiro fiscal. Os afastados são Paulo Roberto Pasin, vice-presidente do sindicato, Pedro Augustinelli Filho, secretário-geral, e Alex Fernandes, secretário de esporte.
Em nota, o Metrô acusou Oliveira de ter entrado na cabine de um trem com o objetivo de parar o operador e Moraes de ter circulado por túneis e bloqueado a energia elétrica em um trecho. A nota do Metrô não justifica a punição aos outros três e nem esclarece em que evidências se baseiam as acusações de sabotagem.
A lei trabalhista prevê estabilidade no emprego a sete dirigentes sindicais e seus suplentes, totalizando 14 pessoas. Eles só podem ser demitidos por justa causa após responder a um inquérito judicial, o que ocorrerá com os afastados.
Ontem mesmo, o sindicato dos metroviários realizou uma série de ações pela readmissão dos funcionários e afirmou não recorrer a sabotagens. "Queremos explicar ao governador José Serra que não precisamos disso [sabotagem]. Em 32 anos de Metrô, já fizemos greve de seis dias sem colocar em risco os funcionários ou o patrimônio", afirmou o presidente do sindicato, Flávio Godoi
O sindicato conseguiu o apoio do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, para interceder junto ao governo do Estado. Antes de interferir, porém, Lupi afirmou que irá aguardar o parecer da Delegacia Regional do Trabalho.
A paralisação de anteontem foi em protesto à eventual derrubada pelo Congresso do veto do presidente Lula à emenda 3. A medida estabelece que só cabe à Justiça, e não a auditores fiscais, decidir se um contrato de prestação de serviço encobre uma relação trabalhista.
Em nota, o Metrô disse conviver "democraticamente com manifestações sindicais. O que não admite, e nem pode permitir, é intervenção ilícita na operação do seu sistema, que requer segurança absoluta".
Outra medida adotada pelo Metrô contra os metroviários é cobrar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região o cumprimento da liminar que previa multa de R$ 100 mil ao sindicato se ao menos 80% dos trens não circulassem a partir das 4h30 de segunda e 100% a partir das 6h. Segundo o Metrô, todos os trens ficaram parados até as 5h59.


Texto Anterior: Segurança: Quadrilha assalta banco no Itaim Bibi
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.