São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Onda de 3 m invade barco e provoca pânico no Rio

Houve feridos leves; acidente foi na travessia Niterói-Rio

Rafael Andrade/Folha Imagem
Banhistas observam o mar revolto e as ondas altas na praia de Itaunas, em Saquarema (RJ)

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Uma onda com cerca de três metros invadiu um catamarã na baía de Guanabara, durante travessia de Niterói para o Rio, e provocou pânico nos cerca de 200 passageiros, ontem pela manhã. Ao menos 12 precisaram de atendimento médico.
A porta dianteira do barco foi arrombada pela água, que invadiu a cabine dos passageiros.
A ressaca, que desde quarta-feira castiga a orla do Rio, ontem provocou ondas grandes dentro da baía -habitualmente as águas são quase paradas.
O mar estava tão agitado que a Capitania dos Portos precisou fechar o trânsito marítimo na baía por quatro horas. A linha Charitas-Rio, atendida pelo catamarã, continuava suspensa até a conclusão desta edição.
O catamarã é um barco de pequeno porte que costuma ser usado como meio de transporte por moradores.
Os institutos de meteorologia descartam ligação entre a forte ressaca na orla carioca e os tremores de terça-feira.
O catamarã, com capacidade para 237 pessoas, saiu à 7h45 de Charitas, na zona sul de Niterói, e cerca de dez minutos depois começou a enfrentar ondas com cerca de um metro, na altura da ponta do Morcego, em Niterói. A embarcação teve de diminuir a velocidade e chegou a desligar o motor duas vezes. Uma onda de três metros atingiu a frente da embarcação e rompeu uma porta de alumínio. As pessoas que estavam sentadas na frente ficaram encharcadas e algumas tiveram ferimentos leves. O chão da embarcação ficou alagado.
O comandante do barco, Joel Moura, disse que nunca tinha enfrentado ondas tão grandes naquele trajeto.
Doze pessoas foram atendidas, entre elas duas mulheres grávidas, que foram liberadas, segundo a empresa que administra as barcas. Até a conclusão desta edição, três pessoas permaneciam em observação no hospital municipal Souza Aguiar, no centro.
A estudante Tatiana Passos Ribeiro, 20, que sempre vai para o Rio de barca, ligou para a mãe assim que viu a água invadindo o catamarã. Ela contou que ficou mais nervosa com a reação das pessoas, muitas delas idosas, que entraram em pânico, chorando e rezando.
Segundo ela, os tripulantes deixaram as pessoas ainda mais assustadas porque gritaram para elas não saírem dos lugares.
Ela ligou para a mãe, a médica Eliane Ribeiro, que pegaria a barca das 8h. Aflita, a médica "acompanhou" a filha até a estudante desembarcar no Rio.

Causas da ressaca
Uma frente fria no oceano Atlântico, na altura do Rio Grande do Sul, teria provocado a ressaca no litoral fluminense, segundo análises do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), da Marinha e do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília.
Eva Matschinske, do serviço de meteorologia da Marinha, apontou três fatores para o aumento da maré: o deslocamento da frente fria para o litoral, um vento sudoeste na mesma direção do litoral e a fase da lua -quarto crescente.
Segundo ela, a tendência é que a maré diminua a partir de hoje, porque o vento já se deslocou para o litoral norte do Rio.


Texto Anterior: Lula aprova redução de fusos horários em 3 Estados
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.