São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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No AM, cheia em rio pode deixar cidade submersa

Em Anamã, 5.000 de 8.100 moradores estão desabrigados

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Uma cidade com 8.100 habitantes corre o risco de ficar submersa em razão da cheia do rio Solimões. Anamã (AM) já tem mais de 5.000 pessoas desabrigadas. Como a cidade foi construída na margem de um lago, não há áreas altas para os moradores se abrigarem.
O prefeito do município, Raimundo Pinheiro da Silva (PC do B), pediu ajuda à Petrobras. Ele quer que dez balsas, que são usadas em obras do gasoduto da empresa na região, sejam transformadas em alojamentos para abrigar as famílias, que estão em escolas.
As balsas, que têm quartos e refeitórios, são utilizadas por trabalhadores da estatal. Algumas, no entanto, não estão lotadas, porque já há alojamentos nas cidades próximas.
A prefeitura também estuda com o governo do Amazonas a mudança das famílias para a cidade de Anori, que fica perto de Anamã (162 km de Manaus). "Cerca de 90% da cidade já está encoberta pelas águas. É preciso mover esse pessoal, provisoriamente, para um local seguro enquanto as águas não baixarem", diz Pinheiro da Silva.
Com relação às balsas da Petrobras, o prefeito diz que elas podem amenizar o problema. "As pessoas de baixa renda são as que mais sofrem com a cheia. As balsas poderão ser usadas para essas pessoas que não tem para onde ir."
Representantes da Petrobras não foram localizados para falar sobre o assunto.
O Amazonas enfrenta uma das maiores cheias desde 1953, ano da maior da história. O Serviço Geológico do Brasil diz que os rios vão continuar subindo até maio e junho, quando termina o inverno amazônico. No Estado, em situação de emergência, 34 mil famílias foram atingidas pela cheia.
A Defesa Civil tem dificuldade de retirar as famílias das casas inundadas. Em Manaus, onde deverão ser removidas 350 famílias, 12 pessoas de uma casa no bairro São Raimundo não querem sair por medo de perder os benefícios do Programa Prosamim, que indeniza moradores que vivem às margens de igarapés. A casa pode desabar, segundo a Defesa Civil.


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