São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010

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Motorista oferece desconto para fugir do trânsito

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O taxista Fábio, 39, não quer ficar preso no trânsito, mas também dispensa olhar torto de passageiro. Por isso, tem um macete na hora de propor alternativas às rotas mais conhecidas: oferece desconto.
Se opta, por exemplo, em passar pela Aclimação para chegar ao aeroporto de Congonhas, pode abater 10% do valor da corrida. Tudo para que os clientes não achem que ele só quer "dar voltas". O sistema é informal, já que a prefeitura não permite negociar a tarifa.
Caminhos que aproveitem as pistas mais livres dos corredores de ônibus (liberados para táxis ocupados com passageiros) deixam a clientela feliz, diz o taxista Odair Batista Marques, 56. "Já peguei um [passageiro] que deu até caixinha para eu ir pela Santo Amaro, por causa do corredor", afirma.
Há histórias de taxistas que oferecem carona para pessoas em pontos de ônibus próximos a vias com corredor. Humberto Amorim, 45, diz que nunca aderiu ao truque. Mas que dá vontade, dá. "Já pensei em pôr um boneco no táxi", brinca.

Guia
O GPS é uma moda que, se depender dos taxistas, vai passar batida. A maioria dos 74 entrevistados pela Folha desaprova os serviços que prometem dar os melhores trajetos.
Foi frequente ouvir que, para quem já é craque no trânsito paulistano, a ferramenta mais atrapalha do que ajuda.
"Comprei meu aparelho e vendi 60 dias depois. Não é bem atualizado", disse o taxista Marivaldo Oliveira da Silva, 42.
Osvaldo Aquino, 62, concorda: "Eu tenho 41 anos de táxi e os meus caminhos são sempre melhores que os do GPS."
Outra reclamação recorrente: os modelos comuns fornecem opções limitadas de rota. Se você estiver na Sé e quiser ir a Cumbica, o conselho será ir pela marginal Tietê. E só.
Rádios prestam serviço para apontar as vias engarrafadas, como a Sulamérica Trânsito e a CBN, nem sempre são populares. "Não é que não confio, mas é cansativo para o passageiro", afirma Eduardo Rosa, 33.
Para Lauripio Santos, 58, rádio "ajuda quando informa acidentes, a árvore que caiu, passeata". "Não tenho mais rádio porque me assaltam. Quando quero, eu é que canto Waldick Soriano", diz Pedro Sena, 62.


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