São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010

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Projeto prevê criar camelódromo no centro

Ideia da prefeitura é finalmente demolir o edifício São Vito e uma garagem vertical no parque Dom Pedro para revitalização

Shopping popular seria destinado aos camelôs da região da 25 de Março; empresa ligada à USP foi contratada para o projeto

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
FILIPE MOTTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é de hoje que se fala na revitalização do parque Dom Pedro, um dos mais importantes de São Paulo.
Há projetos de revitalização desde 1989. De 1992 a 2004 funcionou ali, no Palácio das Indústrias, a sede da prefeitura. Até a arquiteta Lina Bo Bardi fez projetos. Até agora, nada.
Pois bem, vem aí mais um projeto. A gestão Gilberto Kassab (DEM) contratou a Fupam (Fundação para a Pesquisa Ambiental), ligada à USP, para fazer uma proposta de ocupação da região. O "plano diretor do parque Dom Pedro" fica pronto em julho, mas algumas coisas já estão certas.
Há três anos a prefeitura decidiu demolir os edifícios São Vito e Mercúrio e o viaduto Diário Popular. O que vai ser feito no lugar? Falava-se em uma praça, mas ninguém sabe ao certo. As empresas que farão as demolições estão até contratadas, mas ações judiciais brecam o processo.
Agora, a prefeitura decidiu demolir também o edifício-garagem construído irregularmente na década de 1980.
A Folha apurou que serão demolidas duas quadras inteiras entre o Pátio do Colégio e o parque Dom Pedro, incluindo o edifício-garagem.
No local serão construídos um shopping popular e garagens subterrâneas, para compensar a perda de vagas de estacionamento na região, que já é carente desse serviço.
Ainda não se sabe quando será feita a obra e quem vai bancar, se a prefeitura ou a iniciativa privada.
A ideia é que os camelôs da região da rua 25 de Março sejam instalados no novo shopping popular -ou camelódromo-, deixando a rua de comércio popular apenas para as lojas regularmente instaladas.
O problema é o que fazer com o terminal de ônibus. Parte do governo defende a extinção do terminal, mesmo sabendo que é impossível tirar dali a estação final do Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila).
O contrato com a Fupam foi assinado em 28 de dezembro. A prefeitura está pagando R$ 500 mil pelo projeto.
As arquitetas Regina Meyer e Marta Dora Grostein, que recebem cada uma R$ 6.000 por mês como conselheiras da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), são ligadas à Fupam e participam do projeto.
A Folha procurou a Fupam e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano para falar sobre o assunto, mas ninguém quis se pronunciar.


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