|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Projeto prevê criar camelódromo no centro
Ideia da prefeitura é finalmente demolir o edifício São Vito e uma garagem vertical no parque Dom Pedro para revitalização
Shopping popular seria destinado aos camelôs da região da 25 de Março; empresa ligada à USP foi contratada para o projeto
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
FILIPE MOTTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é de hoje que se fala na
revitalização do parque Dom
Pedro, um dos mais importantes de São Paulo.
Há projetos de revitalização
desde 1989. De 1992 a 2004
funcionou ali, no Palácio das
Indústrias, a sede da prefeitura.
Até a arquiteta Lina Bo Bardi
fez projetos. Até agora, nada.
Pois bem, vem aí mais um
projeto. A gestão Gilberto Kassab (DEM) contratou a Fupam
(Fundação para a Pesquisa Ambiental), ligada à USP, para fazer uma proposta de ocupação
da região. O "plano diretor do
parque Dom Pedro" fica pronto
em julho, mas algumas coisas já
estão certas.
Há três anos a prefeitura decidiu demolir os edifícios São
Vito e Mercúrio e o viaduto
Diário Popular. O que vai ser
feito no lugar? Falava-se em
uma praça, mas ninguém sabe
ao certo. As empresas que farão
as demolições estão até contratadas, mas ações judiciais brecam o processo.
Agora, a prefeitura decidiu
demolir também o edifício-garagem construído irregularmente na década de 1980.
A Folha apurou que serão
demolidas duas quadras inteiras entre o Pátio do Colégio e o
parque Dom Pedro, incluindo o
edifício-garagem.
No local serão construídos
um shopping popular e garagens subterrâneas, para compensar a perda de vagas de estacionamento na região, que já
é carente desse serviço.
Ainda não se sabe quando será feita a obra e quem vai bancar, se a prefeitura ou a iniciativa privada.
A ideia é que os camelôs da
região da rua 25 de Março sejam instalados no novo shopping popular -ou camelódromo-, deixando a rua de comércio popular apenas para as lojas
regularmente instaladas.
O problema é o que fazer
com o terminal de ônibus. Parte do governo defende a extinção do terminal, mesmo sabendo que é impossível tirar dali a
estação final do Expresso Tiradentes (ex-Fura-Fila).
O contrato com a Fupam foi
assinado em 28 de dezembro. A
prefeitura está pagando R$ 500
mil pelo projeto.
As arquitetas Regina Meyer e
Marta Dora Grostein, que recebem cada uma R$ 6.000 por
mês como conselheiras da
Emurb (Empresa Municipal de
Urbanização), são ligadas à Fupam e participam do projeto.
A Folha procurou a Fupam e
a Secretaria de Desenvolvimento Urbano para falar sobre
o assunto, mas ninguém quis se
pronunciar.
Texto Anterior: Corrida com preço fechado requer cuidado Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Alconsciência Índice
|