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Perícia diz que Airbus estava com sensor sujo
Segundo jornal francês, falta de limpeza afetou operação de aparelho do avião da Air France que caiu em junho de 2009
Informação é revelada pelo "Libération" no mesmo final de semana em que a França encerrou a terceira etapa de buscas pelas caixas-pretas
DA REPORTAGEM LOCAL
Deficiências na manutenção
do Airbus-A330 que caiu no
oceano Atlântico no dia 1º de
junho do ano passado após sair
do Rio de Janeiro, matando 228
pessoas, podem ter contribuído
para o acidente, embora não
possam ser apontadas como a
causa exclusiva ou a mais determinante para a tragédia.
A informação consta de um
relatório preliminar elaborado
por peritos judiciais franceses,
cujo teor parcial foi divulgado
ontem pelo jornal parisiense
"Libération". Segundo o jornal,
o documento, que será finalizado em dezembro, aponta que os
sensores pitot, que ajudavam o
piloto a saber a velocidade da
aeronave, podem ter falhado
porque não estavam sendo limpos com a devida frequência.
Os sensores, dizem os peritos, ficaram rapidamente cobertos por uma camada de gelo,
o que impediu o correto funcionamento dos equipamentos. O
avião, antes de cair, atravessava
uma forte tempestade. Pouco
depois do acidente com o voo
AF-447, o congelamento dos
sensores já era apontado pelos
investigadores como uma das
prováveis causas do acidente.
Sensor degradado
Os analistas extraíram nove
sondas da aeronave e algumas
apresentavam um aspecto externo muito degradado ou razoavelmente degradado. Para
eles, isso pode ter sido provocado pelo tempo (horas de voo)
e/ou período transcorrido desde a última manutenção.
O documento, no entanto,
deixa claro que essa falta de
limpeza não é o fator conclusivo para explicar a queda do
avião. Nem a falta de manutenção, nem as condições meteorológicas, sozinhas, explicam a
queda do Airbus, afirmam os
peritos franceses.
De acordo com o relatório, é
preciso que se busquem "outros elementos de prova" do
acidente. A Air France afirmou
não ter conhecimento do documento. Mas disse que as investigações feitas pelo BEA -órgão oficial francês de investigação de acidentes aéreos, que
apura o caso- mostrou que a
empresa "respeitou escrupulosamente todos os procedimentos ditados pelos fabricantes e
autoridades de voo".
Nova tentativa
As revelações feitas ontem
pelo jornal francês coincidem
com a finalização, neste fim de
semana, da terceira fase de buscas no fundo do mar pelas caixas-pretas do avião. A localização dos equipamentos -que
armazenam informações do
voo- é considerada importante pelos peritos do BEA e da Air
France para a elucidação dos
fatores que levaram à queda da
aeronave sobre o Atlântico.
As buscas estavam sendo feitas por dois navios, o Seabed
Worker e o Anne Candies. As
duas embarcações, que realizaram varrições no fundo do mar
com sonares e submarinos em
uma área de 3.000 km quadrados devem voltar ao porto de
Recife (PE) para escala técnica.
O secretário de Transportes
francês, Dominique Bussereau,
afirmou anteontem que pode
ser realizada uma quarta operação de buscas pelas caixas-pretas, e seu departamento assegurou que tanto a Airbus
quanto a Air France estão dispostas a financiar os esforços.
Com agências internacionais
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