CIBELE BARBOSA
da Folha Ribeirão

O garoto Wilkerson Manasses Gomes Ferreira, 9, morreu na madrugada de ontem no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto depois de ter sido picado por um escorpião anteontem à tarde em São Joaquim da Barra (380 km de São Paulo), onde morava.
Essa foi a primeira morte provocada por picada de escorpião neste ano na região de Ribeirão Preto. Em 1997, duas pessoas morreram em Ribeirão (319 km de São Paulo) pelo mesmo motivo.
De acordo com o Hospital das Clínicas, o garoto deu entrada por volta das 22h de anteontem, inconsciente e com grave quadro de envenenamento. Ele morreu três horas depois.
A picada do escorpião foi confirmada por meio de um exame do laboratório de toxicologia.
De acordo com a Secretaria da Saúde de São Joaquim da Barra, o menino foi picado por volta das 16h30 de anteontem, quando brincava com amigos no quintal de sua casa, no bairro Baixada.
Próximo ao quintal há um terreno baldio, com entulhos, de onde pode ter saído o escorpião.
O garoto teria dito a vizinhos que foi picado "por um bicho". Em seguida, ele foi levado a um pronto-socorro da cidade. Mais tarde, precisou ser transferido para Ribeirão Preto.
Infestação
São Joaquim da Barra está vivendo uma infestação do escorpião amarelo, segundo a Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde da cidade. O escorpião amarelo é um dos mais perigosos.
De acordo com o diretor da vigilância de São Joaquim da Barra, João Airton Gouveia da Silva, provavelmente o animal chegou à cidade trazido da região sul de Minas Gerais.
"Ele se reproduz facilmente porque não precisa de parceiro. Ele se procria por partenogênese (desenvolvimento de um óvulo sem fecundação)", disse o diretor.
A vigilância não contabiliza o número de acidentes com escorpiões ocorridos na cidade.
Silva disse também que a prefeitura deve multar o proprietário do terreno de onde pode ter saído o escorpião. A multa é de R$ 200.
Em Ribeirão Preto, a Divisão de Controle de Vetores da Secretaria da Saúde registrou um aumento de acidentes com escorpiões nos dois primeiros meses deste ano.
Em janeiro e fevereiro, 120 pessoas foram picadas por escorpiões. Em 1997, no mesmo período, 98 pessoas sofreram acidentes com escorpião.
De acordo com a chefe da divisão, Eugênia Maria Silveira Rodrigues, a mesma equipe que trabalha no combate ao escorpião faz a ação contra a dengue na cidade.
"Como está havendo transmissão de dengue nessa época, o combate ao mosquito Aedes aegypti está sendo priorizado", afirmou a diretora.
Ela disse que a divisão possui 45 funcionários para fazer todo o trabalho de campo. Segundo Eugênia, para que houvesse um combate eficiente ao escorpião na cidade, deveria haver mais 25 técnicos.



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