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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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PLANETA VERMELHO

Especialistas dão dicas para público consumidor que se forma com uma característica bem brasileira, a diversidade

Bebida cai nas graças e na preferência dos brasileiros

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA

Dos pálidos góticos aos clubbers que batem os pés nas pistas de música eletrônica. De casais aposentados loucos por uma novidade a mulheres que se reúnem em confraria para discutir a vida, os homens e as safras de vinho. O brasileiro está nos braços de Baco.
No paulistano clube underground Xingu, o espumante chega a ser a bebida mais vendida. "Vendemos até cem garrafas numa noite", anima-se um dos donos da casa, Victor Corrêa.
O interesse é proporcional ao leque de opções. Ao lado de EUA e Inglaterra, o Brasil concentra uma das maiores e mais diversificadas ofertas de vinhos do mundo: são cerca de 7.000 rótulos de 20 países. "Na França ou na Itália, o consumidor encontra quase que exclusivamente vinhos daquela região. Como não somos um país tradicionalmente produtor, temos um perfil semelhante ao da Inglaterra: uma diversidade que faz a festa para quem conhece, ao mesmo tempo em que traz dificuldade para o consumidor comum", diz Arthur P. Azevedo, 51, vice-presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers).
Aos poucos o brasileiro está aprendendo. Há cinco anos, os cursos promovidos pela associação reuniam uma média de 30 homens, acima de 45 anos, quase sempre profissionais liberais de classe média-alta. Eram eventos semestrais. Hoje, a entidade organiza um curso por mês, com o dobro de interessados. O perfil também mudou: de estudantes de 25 anos a aposentados com mais de 65. As mulheres já são 20%.
A aura de sofisticação da bebida tem se mantido. "Para conhecer o mundo do vinho, a pessoa acaba aprendendo mais geografia, gastronomia, história. Traz cultura", acha Carlos Cabral, 53, consultor de vinhos do Grupo Pão de Açúcar, o maior vendedor no país.
Para ajudar esse novo consumidor, o quadro ao lado responde as perguntas mais comuns e dá dicas de seis especialistas.

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