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Crime mudou cobertura da imprensa
DA SUCURSAL DO RIO
O seqüestro, a tortura e o assassinato do jornalista Tim Lopes,
em 2 de junho de 2002, tiveram
impacto na campanha eleitoral
daquele ano e na maneira como a
imprensa cobre os conflitos decorrentes da atuação do tráfico de
drogas em favelas do Rio.
Tim Lopes foi seqüestrado
quando, com uma câmera oculta,
fazia uma reportagem para a TV
Globo em um baile funk na Vila
Cruzeiro, parte do complexo de
favelas do Alemão, na zona norte
do Rio. Meses antes, ele ganhara o
Prêmio Esso de Telejornalismo de
2001 com a reportagem "Feira de
Drogas", que, também com uso
de microcâmera, mostrou a venda de drogas no complexo.
O crime tornou-se um dos principais assuntos da campanha para
o governo do Estado.
Depois da morte de Lopes, a
maioria dos jornais adotou normas de segurança mais rígidas para a cobertura em áreas do Rio
onde existe presença do tráfico.
Na maioria das vezes, as equipes
de reportagem só entram em favelas junto com a polícia. Alguns
veículos adotaram coletes à prova
de balas e carros blindados. As
medidas dificultaram o acesso
dos jornalistas aos moradores
dessas regiões.
Sílvia Ramos, socióloga da Universidade Candido Mendes que
monitora a cobertura da violência, diz que o assassinato de Lopes
realmente provocou uma queda
no número de investigações jornalísticas em favelas, mas deixou
a imprensa mais consciente de
seu poder de pressão sobre a polícia. "Em vez de noticiar somente
o crime, [a imprensa] passou a se
preocupar com as políticas de segurança pública".
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