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DROGAS 2
Especialistas dizem que cigarro é mais prejudicial
Maconha prejudica memória e hormônio
da Reportagem Local
A maconha é, por muitos médicos, considerada menos prejudicial à saúde que o tabaco. O problema da droga é mais social do
que físico.
"Os dois causam danos de alguma maneira, mas o prejuízo provocado pelo cigarro é muito mais
rápido e agressivo ao físico", diz
Anthony Wong, chefe do Centro
de Assistência Toxicológica do
Instituto da Criança do Hospital
das Clínicas de São Paulo.
Com o uso prolongado da maconha, o usuário está sujeito a um
prejuízo de memória, que pode se
agravar ao longo dos anos.
Outro possível dano da maconha, segundo os médicos, é a alteração hormonal -queda dos níveis de testosterona (hormônio
masculino) e diminuição na taxa
de espermatozóides -, quadro
que é reversível.
No entanto, se utilizada na mesma quantidade que o tabaco, a
maconha pode causar os mesmos
danos -sendo até cancerígena.
"É raro alguém consumir maconha nas mesmas proporções
que consome o cigarro", afirma o
psiquiatra e diretor do Proad
(Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes de Drogas), Dartiu Xavier da Silveira.
De acordo com Elisaldo Carlini,
diretor do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas
Psicotrópicas), os problemas orgânicos associados ao uso da maconha aparecem de forma lenta e
têm menor risco.
O uso do tabaco, ao contrário,
pode levar a distúrbios brônquicos, infarto do miocárdio e aumento da probabilidade de câncer
do pulmão.
Dependência
A maconha não causa dependência física e, portanto, não provoca violentas crises de abstinência, como acontece com consumidores de álcool, cocaína e, em menor proporção, de tabaco.
Quem pára de fumar tabaco costuma sentir irritabilidade, ansiedade, inquietação e insônia. Segundo Carlini, a interrupção do
uso da maconha também pode
produzir, em algumas pessoas, irritabilidade e ansiedade.
"A abstinência no uso da maconha, porém, não provoca sintomas intensos", afirma.
Os efeitos psicológicos ou sociais
da maconha, no entanto, levam
desvantagem se comparados com
os do tabaco.
"Se utilizada em grandes quantidades, a droga pode fazer com
que o usuário se torne uma pessoa
apática, indiferente à sociedade, o
que não acontece com o tabaco",
diz Silveira.
O tabaco não causa incapacitação social, como acontece com
usuários de cocaína, de crack e de
álcool. Em relação à maconha, a
incapacitação é bem menor, mas o
risco existe, segundo Carlini.
Algumas pessoas que utilizam a
maconha com grande frequência,
diz, acabam tornando difícil a manutenção de atividades produtivas
ou mesmo de relacionamentos
afetivos.
(PRISCILA LAMBERT)
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