São Paulo, segunda-feira, 25 de junho de 2001

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Professora precisou de 11 consertos em 6 meses

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A professora Ana Paula Lorenzo Babesco, 35, que é portadora de deficiência física, comprou um carro Atos Prime GLS automático, da Hyundai, em novembro do ano passado. Entre os motivos que a levaram a escolher esse modelo estavam a garantia mecânica de quatro anos e a de 11 anos contra ferrugem.
Desde 5 de dezembro do ano passado, quando recebeu o automóvel, até o último dia 13 de junho, Ana Paula levou o carro para consertar 11 vezes por problemas na suspensão, freio, portas do lado direito que destravavam sozinhas, bancos dianteiros enferrujados e motor fora do ponto.
"Eu comprei um carro novo para não ter transtornos, não para levá-lo à oficina duas vezes por mês", desabafa.
A professora diz que perdeu a confiança no carro e na marca e que não queria mais ficar com ele. Por isso, diz ter negociado com a Caoa, representante da Hyundai no Brasil, a possibilidade de trocar de carro, mas a substituição acabou não se concretizando porque as opções oferecidas não se encaixaram no que ela desejava.
"Eles então me impuseram o distrato. Eu devolveria o carro e os documentos e eles me restituiriam o dinheiro. Entreguei o carro no dia 13 de junho, mas eles me devolveram menos do que eu paguei e, em vez de depositarem o dinheiro no dia 18, como combinado, só o fizeram no dia 19, fazendo com que o cheque que dei na compra de outro automóvel fosse devolvido por insuficiência de fundos", afirma a professora.
A Caoa efetuou um depósito de R$ 11.570,81 em 19 de junho e outro de R$ 183,89 no dia seguinte, totalizando R$ 11.754,70.
O carro custou R$ 19,5 mil, devido à isenção de impostos a que Ana Paula tem direito por ser portadora de deficiência física. De entrada, a professora deu um Palio 97, que entrou na transação pelo valor de R$ 12,5 mil. Os R$ 7 mil restantes foram financiados em 36 parcelas de R$ 309,25.
Até junho, ela pagou seis parcelas (R$ 1.855,50) que, somadas à entrada de R$ 12,5 mil, totalizam R$ 14.355,50 -ou seja, R$ 2.600,80 a mais do que a quantia que foi devolvida pela representante da Hyundai no Brasil.
Ana Paula afirma que, por causa de sua deficiência física, depende do carro para trabalhar e realizar suas atividades rotineiras. A professora discorda do valor devolvido e entende que a empresa deveria ressarci-la também pelos transtornos que lhe causou.



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