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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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Gasto com violência chega a 5% do PIB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O combate à violência e os gastos com os impactos provocados por ela, inclusive com perda de investimentos, chegam a cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil -cerca de R$ 65 bilhões. A estimativa foi feita ontem pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com base em estudos apresentados por ele durante seminário da "Semana da Segurança", promovida pela Câmara dos Deputados.
Já o diretor-executivo do movimento Viva Rio, Rubem César Fernandes, calcula que o custo pode chegar a até 8% do PIB.
"A violência causa dor e confunde. Tem faltado nas últimas duas décadas capacidade no país de enfrentar o problema", disse.
Segundo os dados apresentados pelo ministro da Justiça, só a cidade de São Paulo, por exemplo, gastou em 1999 cerca de R$ 9,3 bilhões com custos da violência e criminalidade -o que representa 3% do seu PIB naquele ano, avaliado em R$ 310 bilhões. No mesmo ano, os custos em Belo Horizonte ficaram em R$ 900 milhões. Comparando com dados de 1995 registrados no Rio de Janeiro, essa é a capital que mais gastou proporcionalmente -R$ 2,5 bilhões.
Thomaz Bastos usou uma série de números e informações de vários estudos e de diferentes anos para dizer que o Brasil está entre os mais violentos quando comparado a outros países. O ministro lembrou que o país tem uma das maiores taxas de homicídios -23,35 assassinatos a cada 100 mil habitantes, em 95- perdendo apenas para Colômbia, África do Sul, Jamaica e Venezuela.
Destacou ainda que os casos estão concentrados nas grandes cidades -27 municípios foram responsáveis por 50% dos homicídios no país em 2001.
Quando se trata do tipo de arma usada, as de fogo são as campeãs. Foram responsáveis por 61,2% dos assassinatos em 1998.
Segundo Thomaz Bastos, o governo federal tem realizado ações para tentar resolver o problema da violência, entre elas, a iniciativa de garantir a unidade do trabalho das polícias, a reforma estrutural da PF, aumentando em 70% seu efetivo, e a criação de penitenciárias federais. Para ele, mudanças na lei são necessárias, mas não resolvem o problema.


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