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Gasto com violência chega a 5% do PIB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O combate à violência e os gastos com os impactos provocados
por ela, inclusive com perda de investimentos, chegam a cerca de
5% do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil -cerca de R$ 65 bilhões. A estimativa foi feita ontem
pelo ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, com base em estudos apresentados por ele durante seminário da "Semana da
Segurança", promovida pela Câmara dos Deputados.
Já o diretor-executivo do movimento Viva Rio, Rubem César
Fernandes, calcula que o custo
pode chegar a até 8% do PIB.
"A violência causa dor e confunde. Tem faltado nas últimas
duas décadas capacidade no país
de enfrentar o problema", disse.
Segundo os dados apresentados
pelo ministro da Justiça, só a cidade de São Paulo, por exemplo,
gastou em 1999 cerca de R$ 9,3 bilhões com custos da violência e
criminalidade -o que representa
3% do seu PIB naquele ano, avaliado em R$ 310 bilhões. No mesmo ano, os custos em Belo Horizonte ficaram em R$ 900 milhões.
Comparando com dados de 1995
registrados no Rio de Janeiro, essa
é a capital que mais gastou proporcionalmente -R$ 2,5 bilhões.
Thomaz Bastos usou uma série
de números e informações de vários estudos e de diferentes anos
para dizer que o Brasil está entre
os mais violentos quando comparado a outros países. O ministro
lembrou que o país tem uma das
maiores taxas de homicídios
-23,35 assassinatos a cada 100
mil habitantes, em 95- perdendo apenas para Colômbia, África
do Sul, Jamaica e Venezuela.
Destacou ainda que os casos estão concentrados nas grandes cidades -27 municípios foram
responsáveis por 50% dos homicídios no país em 2001.
Quando se trata do tipo de arma
usada, as de fogo são as campeãs.
Foram responsáveis por 61,2%
dos assassinatos em 1998.
Segundo Thomaz Bastos, o governo federal tem realizado ações
para tentar resolver o problema
da violência, entre elas, a iniciativa de garantir a unidade do trabalho das polícias, a reforma estrutural da PF, aumentando em 70%
seu efetivo, e a criação de penitenciárias federais. Para ele, mudanças na lei são necessárias, mas não
resolvem o problema.
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