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Hospital deixará que pai se interne com filho
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O hospital Menino Jesus, de São
Paulo, será a primeira instituição
do país a procurar reproduzir
uma experiência de humanização
na internação de crianças que já
deu certo no hospital Pequeno
Príncipe, de Curitiba.
A mãe, o pai ou qualquer outra
pessoa ligada afetivamente à
criança doente praticamente se
muda para o hospital durante o
tempo decorrido de internação.
A experiência -que começou
há 12 anos e foi quebrando tabus e
resistências de médicos, enfermeiros e pais- sofreu aperfeiçoamento gradativo até conseguir
que o tempo de internação da
criança caísse para mais da metade do que já foi no passado.
"A média de permanência de
uma criança, que era de 12,6 dias
em 1996, hoje caiu para 5,5 dias",
diz a psicóloga Maria Dolores
Garcia de Faria, 37, que coordena
uma equipe de dez psicólogos e
nove técnicos treinados para
atender o programa "Família Participante" do hospital. A média
sobe para 13,3 dias nos casos de
crianças não acompanhadas.
"Quando você afasta a criança
do ente querido, ela pode apresentar reflexos físicos de febre,
diarréia e inapetência. Pode até
morrer nos casos mais graves de
depressão. Então, o que fazemos
aqui é amenizar esse trauma do
hospital."
No ano passado, a Fundação
Abrinq pelos Direitos da Criança
premiou o trabalho do Pequeno
Príncipe. Como contrapartida,
assumiu o compromisso de disseminar o programa por outros
hospitais. Vai começar com o
hospital municipal Menino Jesus,
de cerca de cem leitos, no centro
de São Paulo.
"O Menino Jesus já tem um
bom programa de humanização
implantado e o próximo passo é
de aperfeiçoamento", disse a técnica da Abrinq na disseminação
do programa, Maria do Carmo
Kreham, 41.
O hospital tem 345 leitos e 70%
de seus pacientes são bancados
pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O acompanhamento familiar
é de 24 horas por dia, conforme
previsto no Estatuto da Criança e
do Adolescente.
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