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São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

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Hospital deixará que pai se interne com filho

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O hospital Menino Jesus, de São Paulo, será a primeira instituição do país a procurar reproduzir uma experiência de humanização na internação de crianças que já deu certo no hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba.
A mãe, o pai ou qualquer outra pessoa ligada afetivamente à criança doente praticamente se muda para o hospital durante o tempo decorrido de internação.
A experiência -que começou há 12 anos e foi quebrando tabus e resistências de médicos, enfermeiros e pais- sofreu aperfeiçoamento gradativo até conseguir que o tempo de internação da criança caísse para mais da metade do que já foi no passado.
"A média de permanência de uma criança, que era de 12,6 dias em 1996, hoje caiu para 5,5 dias", diz a psicóloga Maria Dolores Garcia de Faria, 37, que coordena uma equipe de dez psicólogos e nove técnicos treinados para atender o programa "Família Participante" do hospital. A média sobe para 13,3 dias nos casos de crianças não acompanhadas.
"Quando você afasta a criança do ente querido, ela pode apresentar reflexos físicos de febre, diarréia e inapetência. Pode até morrer nos casos mais graves de depressão. Então, o que fazemos aqui é amenizar esse trauma do hospital."
No ano passado, a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança premiou o trabalho do Pequeno Príncipe. Como contrapartida, assumiu o compromisso de disseminar o programa por outros hospitais. Vai começar com o hospital municipal Menino Jesus, de cerca de cem leitos, no centro de São Paulo.
"O Menino Jesus já tem um bom programa de humanização implantado e o próximo passo é de aperfeiçoamento", disse a técnica da Abrinq na disseminação do programa, Maria do Carmo Kreham, 41.
O hospital tem 345 leitos e 70% de seus pacientes são bancados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O acompanhamento familiar é de 24 horas por dia, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.


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