São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2008

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Pedágio nas rodovias paulistas sobe até 20%

Na praça mais cara do Estado, localizada no sistema Anchieta-Imigrantes, tarifa sofre aumento de R$ 15,40 para R$ 17

Critério de reajuste se baseia no IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, e supera outros índices de inflação, como o IPCA e o IPC-Fipe

Caio Guatelli/Folha Imagem
Pedágio no km 32 da rodovia Castello Branco, que terá reajuste

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

As tarifas de pedágio nas rodovias estaduais de São Paulo concedidas à iniciativa privada terão reajuste de até 20% a partir de 1º de julho, terça-feira.
A tabela com os novos valores que serão cobrados dos motoristas foi divulgada ontem pela Artesp (agência que controla as concessões), ligada ao governo José Serra (PSDB).
O posto de cobrança individual mais caro do Estado, no sistema Anchieta-Imigrantes, vai subir de R$ 15,40 para R$ 17 -aumento de 10,39%.
Nas marginais da Castello Branco, a tarifa unitária para os veículos de passeio sobe 12,5%, de R$ 5,60 para R$ 6,30.
O reajuste é previsto nos contratos firmados desde 1998 e toma por base a variação do IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, durante 12 meses.
O índice entre junho de 2007 e maio de 2008 atingiu o patamar de 11,53%. Assim como em anos anteriores, ficou muito acima de outros indicadores de inflação -5,58% do IPCA e 5,41% do IPC-Fipe.
A escolha do IGP-M para a correção do valor do pedágio sempre foi motivo de críticas ao programa de concessões de rodovias de São Paulo -a ponto de a gestão Serra ter decidido mudar os critérios de reajuste, de IGP-M para IPCA, para os futuros contratos do setor.

Arredondamentos
Embora a variação do IGP-M para embasar a mudança na tarifa do pedágio tenha ficado em 11,53%, os reajustes que serão repassados aos motoristas irão variar de 9,09% a 20%. A maior correção será na praça da Imigrantes em Diadema (ABC), a cargo da Ecovias -a tarifa subirá de R$ 1 para R$ 1,20.
Dos mais de 90 pontos individuais de cobrança nas rodovias estaduais paulistas concedidas, em 40 a elevação do pedágio vai superar os 11,53%.
A principal razão para a diferença são os arredondamentos previstos em contrato com a intenção de facilitar a cobrança.
O cálculo da tarifa é feito pela Artesp com base na extensão e no tipo de rodovia. Nas de pistas simples, a tarifa por quilômetro passará de R$ 0,077078 para R$ 0,085962; nas de pistas duplas, de R$ 0,107910 para R$ 0,120347; e, nas de sistemas (como Anchieta-Imigrantes), a tarifa subirá de R$ 0,123325 para R$ 0,137538.
A tabela de reajuste anunciada ontem não abrange as tarifas de rodovias estaduais que ainda seguem sob gerência do governo do Estado, como a Ayrton Senna/Carvalho Pinto.
O valor do pedágio nas rodovias estaduais de São Paulo sob comando da iniciativa privada foi, nos últimos anos, alvo de desgaste do governo paulista.
O IGP-M, usado para embasar a correção da tarifa, acumulou nos últimos dez anos 166%, contra 93% do IPCA e 73% do IPC-Fipe no mesmo período.
A Artesp diz que a cobrança é uma forma de "investir na ampliação e modernização da malha". Ela afirma que já foram destinados R$ 8,9 bilhões desde 1998 para a ampliação e modernização de 3.500 quilômetros de rodovias concedidas.


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