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JUSTIÇA
Criminoso deverá ficar na cadeia por apenas mais 26 anos
"Maníaco do parque" é condenado a mais 121 anos de prisão em SP
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Francisco de Assis Pereira, 34,
conhecido como "maníaco do
parque", foi condenado ontem a
mais 121 anos, oito meses e 20 dias
pelo homicídio de cinco mulheres
entre janeiro e julho de 1998. A
decisão foi anunciada por volta
das 22h10 pelo juiz Homero
Maion, do 1º Tribunal do Júri do
Fórum Mário Guimarães, na Barra Funda (zona oeste). A defesa
disse que vai discutir com Assis
Pereira se haverá apelação.
Os sete jurados não reconheceram a semi-imputabilidade do
acusado, defendida pela advogada de defesa Maria Elisa Munhol.
Caso a tese tivesse sido aceita, a
pena seria reduzida de um a dois
terços e poderia ser convertida
em medida de segurança -internamento em manicômio judicial
por no mínimo três anos.
Essa foi a terceira vez que Assis
Pereira foi levado a júri popular.
Ele já havia sido condenado a cerca de 40 anos de prisão pelos homicídios de Isadora Frankel e Rosa Alves Neta. Em vara criminal
comum, ele também foi condenado a outros 107 anos por crimes
de estupro, roubo e atentado violento ao pudor contra nove mulheres que sobreviveram aos ataques.
As vítimas por cujas mortes ele
foi condenado ontem são Selma
Ferreira Queiroz, Patrícia Gonçalves Marinho, Raquel Mota Rodrigues e duas desconhecidas.
Após a divulgação da sentença,
a família de Patrícia aplaudiu e
abraçou o promotor Edílson
Mougenot Bonfim, um dos responsáveis pela acusação.
Mesmo condenado a um total
de quase 270 anos de prisão, Assis
Pereira deve cumprir apenas 26
-está preso há quatro anos-,
pois a legislação brasileira estipula máximo de 30 anos de cumprimento de pena.
Bonfim criticou a lentidão da
Justiça brasileira e pediu que o
tempo máximo seja estendido. "É
muito pouco para quem mata
tanta gente dessa forma. É um escândalo, um escárnio."
Durante os dois dias de julgamento -começou às 14h10 de
terça- Assis Pereira permaneceu
a maior parte do tempo com as
mãos entre as pernas e a cabeça
baixa. De vez em quando levantava o rosto e olhava para as pessoas
que estavam no plenário.
Em seu depoimento no primeiro dia, ele assumiu ter matado 11
mulheres e se disse dominado na
época por "um sentimento muito
negativo, uma adoração espiritual
viciosa e prostíbula".
Ainda na terça, a vítima A.M.C.,
que sobreviveu ao ataque, disse
que Assis Pereira não é louco pois
teria desistido de estuprá-la quando ela mentiu dizendo estar com
Aids. Outras duas vítimas, E.C.S. e
S.A.N., choraram muito quando
testemunharam.
Segundo a assessoria do fórum,
Assis Pereira seria levado ainda
ontem de volta à penitenciária de
Itaí, no interior de São Paulo.
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