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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/INVESTIGAÇÃO
Airbus da TAM passaria por conserto na noite do acidente
Equipamento que auxilia na frenagem tinha defeito e, por isso, foi travado
Segundo a companhia, o vôo no dia do acidente era seguro, pois uma manutenção de rotina em Porto Alegre não detectou problemas
JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO
O reversor direito do Airbus-A320 envolvido no maior acidente aéreo do país seria consertado na noite da tragédia, segundo o diretor técnico da
TAM, Sérgio Novato. O equipamento, que auxilia na frenagem, tinha apresentado defeito
e, por isso, havia sido travado.
A informação sobre o conserto do reversor foi passada por
Novato e pelo vice-presidente
da TAM, Ruy Amparo, aos deputados da CPI do Apagão Aéreo que visitaram ontem o Centro Tecnológico da TAM, em
São Carlos (231 km de SP).
Aos jornalistas, o diretor repetiu a informação. "Já fazia
quatro dias que [o reversor] estava travado e, pela lógica, a aeronave ficaria em Congonhas
naquele dia e passaria pelo conserto", disse. "No caso do reversor, poderíamos ter esperado
dez dias, de acordo com o manual do fabricante."
Segundo Amparo, o vôo feito
pela aeronave no dia do acidente era seguro, pois uma manutenção de rotina em Porto Alegre não detectou problemas.
"O único problema detectado
foi o reversor e ele estava travado como manda o manual." Segundo ele, o reversor não "faria
diferença durante o acidente".
Na visita, os deputados pediram à TAM que envie à CPI os
livros de registros de manutenção técnica do Airbus. A intenção, disse o deputado federal
Pepe Vargas (PT-RS), é verificar todos os aviões da frota.
A aeronave, que operava na
Ásia, foi comprada pela TAM
em novembro, quando passou
por uma checagem completa
fora do país. O avião passou a
ser usado em janeiro.
Os deputados não encontraram Airbus em manutenção.
Estavam no local três Fokker-100 e duas aeronaves da Ocean
Air. Em São Carlos são feitas as
checagens do tipo C (vistoria de
itens operacionais e funcionais
da aeronave; pode levar uma
semana) e D (completa, que inclui até análise da estrutura do
avião e pode durar um mês).
Depois de analisar os registros do Airbus do acidente, os
deputados querem os registros
da frota de Airbus da TAM, os
registros dos aviões comprados
zerados (usados que passam
por checagem) e, por último, os
dados de manutenção de todos
os aviões da empresa.
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