São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/INVESTIGAÇÃO

Airbus da TAM passaria por conserto na noite do acidente

Equipamento que auxilia na frenagem tinha defeito e, por isso, foi travado

Segundo a companhia, o vôo no dia do acidente era seguro, pois uma manutenção de rotina em Porto Alegre não detectou problemas

JUCIMARA DE PAUDA
DA FOLHA RIBEIRÃO

O reversor direito do Airbus-A320 envolvido no maior acidente aéreo do país seria consertado na noite da tragédia, segundo o diretor técnico da TAM, Sérgio Novato. O equipamento, que auxilia na frenagem, tinha apresentado defeito e, por isso, havia sido travado.
A informação sobre o conserto do reversor foi passada por Novato e pelo vice-presidente da TAM, Ruy Amparo, aos deputados da CPI do Apagão Aéreo que visitaram ontem o Centro Tecnológico da TAM, em São Carlos (231 km de SP).
Aos jornalistas, o diretor repetiu a informação. "Já fazia quatro dias que [o reversor] estava travado e, pela lógica, a aeronave ficaria em Congonhas naquele dia e passaria pelo conserto", disse. "No caso do reversor, poderíamos ter esperado dez dias, de acordo com o manual do fabricante."
Segundo Amparo, o vôo feito pela aeronave no dia do acidente era seguro, pois uma manutenção de rotina em Porto Alegre não detectou problemas.
"O único problema detectado foi o reversor e ele estava travado como manda o manual." Segundo ele, o reversor não "faria diferença durante o acidente".
Na visita, os deputados pediram à TAM que envie à CPI os livros de registros de manutenção técnica do Airbus. A intenção, disse o deputado federal Pepe Vargas (PT-RS), é verificar todos os aviões da frota.
A aeronave, que operava na Ásia, foi comprada pela TAM em novembro, quando passou por uma checagem completa fora do país. O avião passou a ser usado em janeiro.
Os deputados não encontraram Airbus em manutenção. Estavam no local três Fokker-100 e duas aeronaves da Ocean Air. Em São Carlos são feitas as checagens do tipo C (vistoria de itens operacionais e funcionais da aeronave; pode levar uma semana) e D (completa, que inclui até análise da estrutura do avião e pode durar um mês).
Depois de analisar os registros do Airbus do acidente, os deputados querem os registros da frota de Airbus da TAM, os registros dos aviões comprados zerados (usados que passam por checagem) e, por último, os dados de manutenção de todos os aviões da empresa.


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