Prazo para empresas pedirem autorização, que terminaria às 14h de ontem, foi prorrogado até o meio-dia de hoje

Gestão Kassab promete analisar todos os pedidos até as 18h; alguns ônibus autorizados a rodar terão de modificar seu itinerário

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo concedeu ontem autorização para 273 ônibus fretados transitarem na área onde será proibido o serviço, a partir de segunda-feira. Esse número é parcial, pois o prazo para as empresas protocolarem os pedidos de autorização, que se encerraria às 14h de ontem, foi prorrogado até as 12h de hoje.
Todos os pedidos serão analisados até as 18h, de acordo com a prefeitura.
Pelo balanço divulgado ontem à noite pela Secretaria dos Transportes, foram autorizados ônibus que fazem o transporte de pessoas para seminários, turismo na cidade, hospedagem e eventos religiosos e culturais, além da autorização especial para empresas que tenham local para estacionar o veículo e não façam nenhuma outra parada na área restrita.
Para pedir a autorização, a empresa tem de entregar à Secretaria dos Transportes a lista de passageiros, informar o roteiro e instalar um GPS conectado ao sistema da SPTrans, para fiscalização à distância.
De acordo com a secretaria, alguns dos ônibus autorizados a rodar na área terão de modificar seu itinerário porque, mesmo para essas exceções, não será autorizado o acesso à rua da Consolação e às avenidas Paulista, Nove de Julho, Ibirapuera, Cidade Jardim, Brigadeiro Faria Lima, Brigadeiro Luís Antônio, Luiz Carlos Berrini e Chucri Zaidan, aos túneis de Pinheiros e Ibirapuera e aos eixos norte-sul e leste-oeste.
Nesta semana, o sindicato das empresas de fretamento anunciou que o setor iria desobedecer à regra que restringirá o acesso de ônibus fretados a partir de segunda-feira, das 5h às 21h, em uma área de 70 km2 no centro expandido de SP.
"De nada contribuem manifestações isoladas de pessoas que procuram transmitir o desrespeito a regras. É evidente que os fretados vão continuar existindo na cidade. Só que, a partir de agora, com regras muito bem claras", disse o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
De acordo com a entidade, as empresas acreditavam que a prefeitura não conseguiria analisar em tempo todos os pedidos de autorização. Por isso, planejavam circular apenas com o protocolo para depois recorrer das eventuais multas.
Além disso, dizia o sindicato, nenhuma empresa instalada dentro da área de restrição atende às condições exigidas pela prefeitura -como estacionamento próprio para ônibus.
A entidade informou que 156 empresas na região metropolitana de São Paulo contratam o serviço de 431 ônibus para o transporte de funcionários.
Kassab promete endurecer a fiscalização. "A fiscalização será bastante rigorosa, até porque não é justo que alguns cumpram a lei e outros não."
De acordo com a prefeitura, a nova regra vai afetar 40 mil pessoas que usam ônibus fretados. Na maioria dos casos, são pessoas que moram na periferia de São Paulo ou cidades próximas e trabalham na capital. Os fretados não poderão entrar na área restrita, mas haverá pontos de embarque e desembarque para integração com o sistema de transporte coletivo da capital -trem, metrô e o Expresso Tiradentes.


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