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Clube Paulistano completa 110 anos
Frequentada pela elite de SP, a instituição cobra R$ 180 mil dos interessados em comprar um dos 9.500 títulos
Ronaldo, ídolo do Corinthians, é um dos candidatos a sócio, mas ele ainda precisa ser aprovado pelo clube
GIBA BERGAMIM JR.
DA REVISTA SÃOPAULO
Em qualquer rodinha do
Club Athletico Paulistano, o
assunto é o futuro sócio: Ronaldo, ídolo do Corinthians.
A ida do craque ao clube,
no ano passado, causou euforia e deixou alguns sócios
incomodados com uma exceção aberta ao jogador.
Ronaldo entrou de bermuda para almoçar no restaurante, o que não é permitido
durante a semana. O clube,
que completa 110 anos em
dezembro, não costuma
afrouxar o protocolo.
Frequentada pela elite
paulistana, a instituição cobra R$ 180 mil dos interessados em fazer parte dos 25 mil
frequentadores (os donos
dos 9.500 títulos e seus dependentes) e escolhe a dedo
os frequentadores.
Entre os sócios estão o publicitário Washington Olivetto, o ator Juca de Oliveira, a
modelo Isabela Fiorentino.
Para entrar nessa turma, o
candidato precisa ser indicado por dois sócios e conseguir referências favoráveis de
outros cinco. Uma sindicância analisa a documentação.
Ronaldo deve passar por
todos esses trâmites. "É um
orgulho tê-lo aqui, mas ele
ainda precisa apresentar os
documentos", explica o presidente do clube, Antonio
Carlos Vasconcellos Salem.
Além de pagar R$ 5.000
pelo título (para o dono), é
necessário desembolsar R$
180 mil de taxa de transferência (para o clube).
ESTRUTURA
O Paulistano ocupa uma
área de 42 mil metros quadrados no Jardim América,
um dos bairros mais caros da
capital. A mensalidade custa
R$ 429 (se o título for familiar) ou R$ 257 (individual).
Tem grande parque aquático, 13 quadras de tênis e
campo de futebol, além de
escola infantil, salão de festas, danceteria, restaurantes,
cinema, salas de jogos, academia e salão de beleza.
Fundado por jovens que
queriam um espaço genuinamente brasileiro -até 1900,
os clubes eram de origem europeia-, o Paulistano tem
tradição em esportes como
basquete e polo aquático,
mas há espaço para outros
esportes como pelota basca,
esgrima e badminton.
A cada ano são aceitos de
20 a 25 novos sócios. Segundo os diretores, são raros os
casos de bola preta (quando
o candidato é recusado).
Quatro mil pessoas circulam por dia no Paulistano,
que tem orçamento anual de
R$ 85 milhões.
Boa parte dos sócios mora
nas imediações. Aos domingos, os quatro restaurantes
são a escolha de associados
mais antigos que jogam conversa fora antes de uma tarde
de carteado.
O grupo de Terezinha de
Jesus, a dona Teka, 71, não
tem outra programação: joga
pif-paf das 14h às 22h. Para
entrar, cada um desembolsa,
no mínimo, R$ 1.000.
"Se eu não tivesse essa rotina, já teria morrido. Para
uma viúva sem filhos, não
tem coisa melhor", diz, enquanto distribui as cartas.
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