São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2000


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Entidade vai processar diretor

DA AGÊNCIA FOLHA

A Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis (AAGLT) anunciou que vai entrar com um processo criminal por discriminação contra o diretor, o supervisor e a coordenadora da escola, por meio do Juizado da Infância e da Juventude.
O diretor Erison Galvão não forneceu os nomes do supervisor e da coordenadora.
A associação também enviou ofício em que solicita a apuração dos fatos à Secretaria Estadual da Educação, que confirmou o recebimento.
A secretaria informou que irá ouvir o diretor, os professores e os alunos antes de tomar providências para o caso.
O presidente em exercício da AAGLT, o travesti Rebeca Saint-Laurent, disse que os meninos procuraram a sede da associação, pessoalmente, sob a alegação de que estavam sendo discriminados na escola.
"Eles disseram que foram recriminados por andar de mãos dadas e se beijar no rosto", disse Saint-Laurent.
Segundo ele, a coordenadora sugeriu a eles que procurassem outra escola. "Tentei entrar em contato com o diretor e não fui atendida", afirmou.
"Eles foram discriminados, sim, por serem homossexuais. A alegação de indisciplina para a transferência deles não procede", segundo Saint-Laurent.
A doméstica Robervânia Nogueira, mãe do adolescente R.N.M., esteve na última semana na escola, de onde o filho foi expulso, para pedir explicações ao diretor.
Ela disse que seu filho foi matriculado há quatro meses no estabelecimento e nunca passou por situação semelhante em outros colégios.

Sem estudo
Segundo Robervânia, os dois adolescentes estão há 21 dias sem estudar porque se recusaram a sair da escola.
"Meu filho é um bom aluno. Ele não merecia ser xingado de bicha. Ele nunca teve problema com ninguém por ser homossexual", afirmou.
Robervânia disse que a direção da escola garantiu que não poderia mudar a decisão. Ela disse que o pai e o filho mais novo não estão sabendo do assunto, assim como a família de J.S.S.
"J. teme que sua mãe descubra sua opção sexual. Eles têm meu apoio em tudo que fizerem para voltar a estudar nessa escola", afirmou Robervânia. (AdL e KB)


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