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Entidade vai processar diretor
DA AGÊNCIA FOLHA
A Associação Amazonense de
Gays, Lésbicas e Travestis
(AAGLT) anunciou que vai entrar
com um processo criminal por
discriminação contra o diretor, o
supervisor e a coordenadora da
escola, por meio do Juizado da Infância e da Juventude.
O diretor Erison Galvão não forneceu os nomes do supervisor e
da coordenadora.
A associação também enviou
ofício em que solicita a apuração
dos fatos à Secretaria Estadual da
Educação, que confirmou o recebimento.
A secretaria informou que irá
ouvir o diretor, os professores e os
alunos antes de tomar providências para o caso.
O presidente em exercício da
AAGLT, o travesti Rebeca Saint-Laurent, disse que os meninos
procuraram a sede da associação,
pessoalmente, sob a alegação de
que estavam sendo discriminados
na escola.
"Eles disseram que foram recriminados por andar de mãos dadas e se beijar no rosto", disse
Saint-Laurent.
Segundo ele, a coordenadora
sugeriu a eles que procurassem
outra escola. "Tentei entrar em
contato com o diretor e não fui
atendida", afirmou.
"Eles foram discriminados, sim,
por serem homossexuais. A alegação de indisciplina para a transferência deles não procede", segundo Saint-Laurent.
A doméstica Robervânia Nogueira, mãe do adolescente
R.N.M., esteve na última semana
na escola, de onde o filho foi expulso, para pedir explicações ao
diretor.
Ela disse que seu filho foi matriculado há quatro meses no estabelecimento e nunca passou por
situação semelhante em outros
colégios.
Sem estudo
Segundo Robervânia, os dois
adolescentes estão há 21 dias sem
estudar porque se recusaram a
sair da escola.
"Meu filho é um bom aluno. Ele
não merecia ser xingado de bicha.
Ele nunca teve problema com
ninguém por ser homossexual",
afirmou.
Robervânia disse que a direção
da escola garantiu que não poderia mudar a decisão. Ela disse que
o pai e o filho mais novo não estão
sabendo do assunto, assim como
a família de J.S.S.
"J. teme que sua mãe descubra
sua opção sexual. Eles têm meu
apoio em tudo que fizerem para
voltar a estudar nessa escola",
afirmou Robervânia.
(AdL e KB)
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