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VIOLÊNCIA
Polícia ainda não tem pistas de quem matou Kleber, 28, e Lillian, 25, em um subúrbio de Dallas, no Texas
Casal de paulistas é assassinado nos EUA
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
A polícia texana ainda não tem
pista do autor nem o motivo que
levou ao assassinato dos brasileiros Kleber Pescone dos Santos,
28, e Lillian Carla D'Ascanio dos
Santos, 25. Ambos foram mortos
com tiros na cabeça na manhã de
anteontem em Plano, nos Estados
Unidos. A cidade fica no subúrbio
de Dallas, no Texas (sul do país).
Os corpos foram achados por
uma vizinha às 10h20 (horário local) de anteontem. Não foram encontradas armas, e o apartamento
não mostrava sinais de arrombamento. "Mas descobrimos que o
lugar havia sido revistado antes
da polícia", disse à Folha o detetive Carl Duke, encarregado do caso. "Não sabemos por quem nem
o que a pessoa procurava."
Depois da perícia, o policial descartou a hipótese de crime passional, que chegou a ser aventada
por colegas de Kleber, e negou
que houvesse qualquer relação
com drogas. Disse ainda que o
carro comprado recentemente
pelo brasileiro não havia sumido,
diferentemente do que chegou a
noticiar um jornal local.
O casal foi encontrado por uma
vizinha do condomínio Centergate Spring Creek, onde Kleber morava. Colegas da Ericsson ligaram
para ela estranhando a ausência
do brasileiro no trabalho. Quando
entrou, a mulher o encontrou deitado de barriga para cima perto
da porta. O corpo de Lillian estava
no quarto. Cada um tinha um tiro
na cabeça.
O engenheiro Kleber desenhava
software de celulares para a multinacional Ericsson. Chegou ao Texas em janeiro, transferido da filial no Brasil. Sua mulher, Lillian,
estudava farmácia na Universidade de São Paulo (USP) e, em férias, estava visitando o marido
desde o começo do mês. A família
de ambos era de Mairinque, no
interior de São Paulo.
Segundo amigos, eles estavam
casados havia nove meses e procuravam uma casa para comprar
em Plano. A pequena cidade registrou apenas dois crimes neste
ano e, segundo o detetive Duke,
não há registros de problemas anteriores no condomínio.
"Ele era um sujeito legal, ninguém que o conhecia poderia ter
feito isso", disse ao jornal "Dallas
Morning News" o colega Mike
Pfaff.
Amigos descreveram Kleber como alguém alegre, que gostava de
jogar futebol e tênis e de acampar.
Wilton Cicilio, também engenheiro na Ericsson, disse estar
chocado. "No começo pensei que
só ele estava morto", disse.
"Quando soube que eram os dois,
foi horrível."
Kleber trabalhava na multinacional desde 1997. O porta-voz local da Ericsson, Rob Elston, afirmou que foi montado um centro
para ajudar amigos das vítimas
em crise e atender a familiares. A
Ericsson estuda pagar uma indenização para as famílias e disse
que arcará com as despesas do enterro e das viagens.
Patrícia Gallego
Há duas semanas, a brasileira
Patrícia Ramos Gallego, 29, foi assassinada em San Diego, na Califórnia. Ela foi estuprada, sodomizada e torturada antes de morrer.
O acusado, já preso, é Calvin Lamont Parker, 31, com quem a brasileira dividia o apartamento.
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