São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2000


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VIOLÊNCIA
Polícia ainda não tem pistas de quem matou Kleber, 28, e Lillian, 25, em um subúrbio de Dallas, no Texas
Casal de paulistas é assassinado nos EUA

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

A polícia texana ainda não tem pista do autor nem o motivo que levou ao assassinato dos brasileiros Kleber Pescone dos Santos, 28, e Lillian Carla D'Ascanio dos Santos, 25. Ambos foram mortos com tiros na cabeça na manhã de anteontem em Plano, nos Estados Unidos. A cidade fica no subúrbio de Dallas, no Texas (sul do país).
Os corpos foram achados por uma vizinha às 10h20 (horário local) de anteontem. Não foram encontradas armas, e o apartamento não mostrava sinais de arrombamento. "Mas descobrimos que o lugar havia sido revistado antes da polícia", disse à Folha o detetive Carl Duke, encarregado do caso. "Não sabemos por quem nem o que a pessoa procurava."
Depois da perícia, o policial descartou a hipótese de crime passional, que chegou a ser aventada por colegas de Kleber, e negou que houvesse qualquer relação com drogas. Disse ainda que o carro comprado recentemente pelo brasileiro não havia sumido, diferentemente do que chegou a noticiar um jornal local.
O casal foi encontrado por uma vizinha do condomínio Centergate Spring Creek, onde Kleber morava. Colegas da Ericsson ligaram para ela estranhando a ausência do brasileiro no trabalho. Quando entrou, a mulher o encontrou deitado de barriga para cima perto da porta. O corpo de Lillian estava no quarto. Cada um tinha um tiro na cabeça.
O engenheiro Kleber desenhava software de celulares para a multinacional Ericsson. Chegou ao Texas em janeiro, transferido da filial no Brasil. Sua mulher, Lillian, estudava farmácia na Universidade de São Paulo (USP) e, em férias, estava visitando o marido desde o começo do mês. A família de ambos era de Mairinque, no interior de São Paulo.
Segundo amigos, eles estavam casados havia nove meses e procuravam uma casa para comprar em Plano. A pequena cidade registrou apenas dois crimes neste ano e, segundo o detetive Duke, não há registros de problemas anteriores no condomínio.
"Ele era um sujeito legal, ninguém que o conhecia poderia ter feito isso", disse ao jornal "Dallas Morning News" o colega Mike Pfaff.
Amigos descreveram Kleber como alguém alegre, que gostava de jogar futebol e tênis e de acampar. Wilton Cicilio, também engenheiro na Ericsson, disse estar chocado. "No começo pensei que só ele estava morto", disse. "Quando soube que eram os dois, foi horrível."
Kleber trabalhava na multinacional desde 1997. O porta-voz local da Ericsson, Rob Elston, afirmou que foi montado um centro para ajudar amigos das vítimas em crise e atender a familiares. A Ericsson estuda pagar uma indenização para as famílias e disse que arcará com as despesas do enterro e das viagens.

Patrícia Gallego
Há duas semanas, a brasileira Patrícia Ramos Gallego, 29, foi assassinada em San Diego, na Califórnia. Ela foi estuprada, sodomizada e torturada antes de morrer. O acusado, já preso, é Calvin Lamont Parker, 31, com quem a brasileira dividia o apartamento.


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