DA REPORTAGEM LOCAL

A defesa do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves deve alegar que ele agiu sob forte emoção e em defesa da honra em Ibiúna.
A estratégia tem como finalidade reduzir a possível pena de 12 a 30 anos -do homicídio qualificado- para 4 anos-homicídio privilegiado-, uma vez que Pimenta Neves já confessou a autoria do assassinato.
No caso, conforme o plano da defesa, o jornalista teria ainda a possibilidade de responder em liberdade pelo assassinato, em razão dos bons antecedentes e do tempo da pena que seria imposta.
No depoimento de ontem, Pimenta Neves usou os termos "ultrajado" e "usado" para dizer à polícia como se sentia em relação à ex-namorada Sandra Florentino Gomide.
Segundo o delegado Nathan Rosemblatt, chefe do setor de homicídios da Polícia Civil, o jornalista afirmou ter "criado várias oportunidades de trabalho para a namorada e que não tinha recebido dela o devido valor."

Invasão
Pimenta Neves narrou detalhes do relacionamento e disse que achava estar sendo traído, sem indicar provas ou nomes. A morte ocorreu após o rompimento entre os dois, um mês antes.
Ele negou ter invadido o apartamento de Sandra e a ameaçado de morte com uma arma. Disse à polícia que ela inventou as informações que constam de boletim de ocorrência da 2ª DDM (Delegacia de Defesa de Mulher).
Duas semanas antes de morrer, a jornalista deu queixa do ex-namorado, alegando ter sido agredida e ameaçada. O fato, de acordo com a família, levou o pai de Sandra a providenciar segurança para a filha.
O advogado do jornalista, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, afirmou ontem que não definiu a estratégia da defesa, apesar de considerar correto o raciocínio exposto pela Folha. "Isso ainda depende das testemunhas que serão ouvidas e do final do inquérito", disse Mariz de Oliveira.
Essa batalha jurídica só deve começar após o término do inquérito policial, que depende ainda de laudos, e a denúncia da Promotoria -ato que dá início ao processo na Justiça.


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