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EDUCAÇÃO
Docentes presentes na inauguração do "Escola da Família" disseram que unidade da região não dá condições de trabalho
Alckmin enfrenta protesto em visita a escola
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador Geraldo Alckmin
enfrentou um protesto de professores ontem, ao inaugurar oficialmente o programa "Escola da Família" no colégio Professor Luís
Gonzaga Pinto e Silva, no Jardim
São Luís (zona sul de São Paulo).
A manifestação começou durante um discurso do secretário
estadual da Educação, Gabriel
Chalita. Cinco professores exibiam faixas assinadas pela
Apeoesp (sindicato dos professores das escolas estaduais de São
Paulo). Eles pediam vagas para
profissionais contratados temporariamente e reclamavam das
más condições de trabalho em
um colégio estadual próximo.
"Tem uma escola aqui em cima
que está abandonada, a quadra
cheia de buracos, venha ver, Chalita", gritava o professor Severino
Honorato Júnior.
O secretário associou o ato a
motivações políticas. "Isso é um
movimento partidário, não é postura de educador", afirmou.
O colégio visitado ontem por
Alckmin possui quadra coberta,
horta e uma biblioteca com equipamentos de leitura específicos
para deficientes visuais. No local,
o governador assistiu a uma apresentação de balé, jogou pingue-pongue, autografou um painel
pintado por alunos e chegou a ensaiar uns passos de break. Além
das apresentações culturais, havia
distribuição de pipoca e algodão-doce para os visitantes.
A cerca de um quilômetro do local está a unidade citada no protesto: a escola estadual Reverendo
Jacques Orlando Caminha d'Ávila. Nela, as atrações do programa
"Escola da Família" -que consiste na abertura das 5.919 escolas estaduais para realização de atividades culturais e esportivas com a
comunidade aos fins de semana- se resumiam a aulas de axé,
ontem de manhã. A diretora, Ondina de Oliveira, disse estar esperando uma reforma na quadra
-obra já aprovada pela secretaria da Educação, segundo ela.
Para Oliveira, a boa estrutura da
outra escola, apresentada ontem
como modelo por Alckmin, não
se deve a ações governamentais, e
sim a convênios com a iniciativa
privada. A diretora da unidade
modelo, Maria Beatriz de Lana e
Castro, confirma o convênio.
"Tudo o que tem aqui é fruto de
três grupos: comunidade, professores e a Santista [Têxtil]."
O governador e o secretário da
Educação não quiseram conhecer
a Reverendo Jacques ontem. "Tenho visitado escolas regularmente, mas não vou visitar porque
uma pessoa vem e berra num
evento", disse Chalita. Alckmin
afirmou que o governo pretende
reformar todas as escolas até que
tenham o padrão da Luís Gonzaga Pinto e Silva.
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