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Edital deverá prever construção de moradias
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A solução que a Codesp vislumbra para assumir o controle da
área ocupada é repassar às futuras
empresas arrendatárias a responsabilidade de construir um conjunto habitacional para abrigar os
atuais moradores.
De acordo com o presidente do
conselho de administração da
companhia, Danilo de Camargo,
constará dos editais de licitação a
exigência de que as empresas vencedoras realizem a obra e dêem
prioridade aos moradores no
processo de contratação do pessoal que trabalhará nos terminais
a serem implantados no local.
Para Camargo, essa saída atenderia aos ocupantes da área e ao
governo, que não disporia de recursos para financiar um programa habitacional destinado exclusivamente aos moradores.
Camargo afirmou que, mesmo
com esses encargos, a licitação será atraente para as empresas do
setor portuário. "O valor econômico é muito grande porque se
trata de uma área nobre do porto.
Um arrendamento daqueles é
coisa para muitos milhões de dólares", afirmou o advogado, que
também acumula o cargo de tesoureiro do Diretório Estadual do
PT de São Paulo.
Para outro petista ocupante de
cargo na Codesp, o diretor comercial e de desenvolvimento da
estatal, Fabrizio Pierdomenico, a
companhia não tem outra alternativa viável para ampliar o porto
senão essa. "Entendemos que é a
última grande área para expansão, que hoje é um enclave no
porto, cercada por terminais portuários", disse.
Para que a solução aventada se
viabilize, porém, o principal obstáculo a ser superado é encontrar
terrenos para executar a obra no
município.
O prefeito Maurici Mariano
(PTB) afirmou que a prefeitura
não dispõe de áreas públicas para
oferecer. Ele diz ser favorável à
preservação da comunidade no
local, mas também defende a importância da expansão do porto
para a economia da cidade.
"O município tem um duplo interesse. Queremos equacionar a
questão porque há pessoas que
moram ali há 60 anos. Mas ampliar o porto significará gerar renda", afirmou.
Camargo e Pierdomenico garantem que, seja qual for a solução, só será adotada depois de esgotado o debate do assunto com
os moradores.
"Não existe esse negócio de passar trator derrubando casas. Haverá um processo de discussão",
afirmou Camargo. (FS)
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