|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça bloqueia repasse de R$ 376 mi a MG
Motivo foi o descumprimento do percentual mínimo de aplicações em saúde; verba é do Fundo de Participação dos Estados
Decisão atende a representação do Ministério Público Federal; governo diz que investimentos atingem 12% exigidos na Constituição
THIAGO GUIMARÃES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 376 milhões do FPE (Fundo de Participação dos Estados) para Minas Gerais, por descumprimento do percentual mínimo de
aplicações em saúde.
Segundo a Justiça Federal
em Minas, é a primeira vez que
um Estado tem repasses do
FPE retidos por não aplicar
12% das receitas próprias em
ações e serviços de saúde. O
FPE é uma transferência, para
os Estados, de receitas arrecadadas pela União -em 2006,
Minas recebeu R$ 1,2 bilhão.
A decisão do juiz substituto
da 12ª Vara Federal no Estado,
Rodrigo Fonseca, é da última
quarta-feira. Atendeu a ação
movida em 2004 pelo Ministério Público Federal.
A Procuradoria diz que o Estado deixou de aplicar o mínimo em saúde de 2000 a 2002
(governo Itamar Franco), acumulando déficit de R$ 665 milhões. Indicou também que, em
2004, já no governo Aécio Neves (PSDB), o Estado computou no Orçamento despesas indevidas como gastos em saúde,
gerando déficit de R$ 376 milhões -valor a ser bloqueado.
A emenda constitucional 29,
de 2000, fixou o percentual que
os Estados deveriam cumprir
de aplicações em saúde, ano a
ano, até chegar, em 2004, a 12%
das receitas próprias. Como a
emenda não foi regulamentada, há interpretações distintas
sobre o que é despesa em saúde.
A Procuradoria apontou que
o governo mineiro contabilizou
indevidamente como ações públicas de saúde despesas de
pessoal, com assistência médica para clientela fechada (militares e servidores) e sentenças
judiciais, entre outras.
Outro lado
O governo de Minas Gerais
informou que ainda não foi intimado sobre a decisão e que
vai aguardar a publicação da
sentença para avaliar as medidas a serem tomadas.
O governo diz que o total de
investimentos em saúde cumprem o que determina a emenda 29. Também afirma que é
necessário elaborar uma lei
complementar para regulamentar a emenda.
Em nota, diz que, em 2003,
no início do governo Aécio, "foi
um ano de organizar a casa,
diagnosticar a realidade e consolidar planejamentos estratégicos das políticas públicas".
No comunicado, o governo
de Minas afirma ainda que Estados e municípios precisam
custear uma série de serviços
na área de saúde, enquanto o
governo federal fica com "uma
massa de tributos".
Colaborou FELIPE BÄCHTOLD, da Agência Folha
Texto Anterior: Pedágio sobe 4% amanhã na Dutra, que terá barreiras de controle de velocidade Próximo Texto: Frase Índice
|