São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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GABRIELLA PALLAVICINI PASCOLATO
(1917 - 2010)


Fez os tecidos finos da moda

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os pés arqueados de Gabriella Pallavicini Pascolato só ficavam confortáveis nos sapatos do estilista italiano Salvatore Ferragamo.
Cliente desde os 17 anos, na Itália, ela representava os sapatos dele na América do Sul quando veio ao Brasil com a família fugindo da guerra em 1945.
No ano seguinte, no entanto, o presidente Eurico Gaspar Dutra baixou uma medida que limitava a importação de artigos de luxo.
A norma, ao mesmo tempo, acabava com o incipiente negócio e abria um mercado: não havia produção de tecidos nobres no país.
Em 1948, Gabriella funda a Santaconstancia Tecelagem com apenas oito teares.
A empresa cresceu e ocupou um papel pioneiro na indústria. Gabriella chegou a ser chamada de rainha da moda num desfile da edição de 2003 da SP Fashion Week.
Nascida em Tortona, na Itália, casou-se com o advogado Michele Pascolato, que viria a ser ministro do ditador fascista Benito Mussolini.
Em 1945, a pé e com o filho, Alessandro, 2, no colo, atravessou as montanhas dos Alpes com a filha Costanza, 4, e a babá, para fugir da perseguição aos fascistas.
Após 40 dias num campo de refugiados, reencontrou o marido e partiu para o Brasil, estabelecendo-se em SP.
Suas histórias estão no livro "Gabriella Pascolato, Santa Constância e outras Histórias" de Sérgio Ribas.
Morreu no domingo, aos 93, em São Paulo, de causas naturais. Deixa dois filhos, quatro netos e seis bisnetos. A missa de sétimo dia será na sexta, às 11h, na Igreja Nossa Senhora do Sion, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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