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PM é suspeito de matar 2 por causa de barulho
Testemunhas relatam desavença com vizinho devido a som alto e latidos
Advogada do policial não foi localizada; à Corregedoria da PM
ele negou participação no duplo homicídio
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
O terceiro-sargento da Polícia Militar de SP Paulo Roberto Ferreira, 37, é investigado sob a suspeita de ter
matado a tiros um vizinho e
um jovem de 17 anos por causa de barulho no bairro onde
vive, em Cotia (município da
Grande São Paulo).
O jardineiro Jocicloves Macena de Souza, 32, vizinho do
PM, e Airton Oliveira da Silva, 17, foram mortos a tiros
no dia 30 de maio, em Embu
(Grande SP).
O pai de Airton também foi
ferido no atentado, mas sobreviveu e reconheceu o PM
como autor do crime. Outro
filho dele, um menino de sete
anos, viu quando dois homens em uma moto amarela
atiraram e mataram seu irmão e o jardineiro.
Na manhã de 30 de maio,
as vítimas tinham ido até Embu porque um homem que se
identificou como Sérgio havia ligado para Souza e pedido um orçamento para um
trabalho de jardinagem. A
polícia tenta descobrir se Sérgio existe ou não.
De acordo com os sobreviventes do atentado, quando
passavam pela estrada Velha
de Cotia, o jardineiro pediu
para parar o carro em que estavam porque viu um conhecido chamado Paulo parado
na estrada e tinha a intenção
de ajudá-lo.
O jardineiro acreditou que
Paulo estava com sua moto
quebrada, caminhou em sua
direção e foi baleado ao estender a mão para cumprimentá-lo.
Testemunhas ouvidas pela Corregedoria da Polícia Militar afirmaram que o terceiro-sargento Ferreira ameaçara o vizinho Souza oito dias
antes do crime.
Segundo elas, a desavença
entre o PM Ferreira e o jardineiro ocorreu porque Souza
gostava de ouvir som alto em
sua casa e também porque
seu cachorro latia muito, o
que irritava o policial.
O sargento Ferreira trabalha no setor administrativo
do 42º Batalhão, em Osasco
(Grande São Paulo).
Ele está afastado das ruas
desde 2007, quando matou
um homem a pauladas durante um trabalho policial. O
PM afirmou que o homem havia tentado agredi-lo com
uma faca.
OUTRO LADO
Ontem, a reportagem tentou, mas não conseguiu localizar a advogada de defesa do
PM Ferreira, que está no Presídio Militar Romão Gomes
(zona norte de São Paulo)
desde 16 de julho.
À Corregedoria da PM o
policial Ferreira negou participação no duplo homicídio
e disse que passou o dia 30 de
maio no parque Ibirapuera
(zona sul de São Paulo), onde
foi assistir um show musical
com sua mulher.
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