São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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MAURÍCIO TAUFIE GAZELE (1928-2011)

58 anos dedicados à União da Ilha

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Era terça-feira de Carnaval, 5 de março de 1953. Maurício Gazele e alguns amigos do União Futebol Clube, time do qual ele era técnico, assistiam à apresentação de pequenas escolas de samba da Ilha do Governador, no Rio. De repente, a ideia: o bairro do Cacuia, onde viviam, também precisava de uma representante.
Dois dias depois, montaram então um pequeno bloco, que viria a se tornar a escola União da Ilha, hoje integrante do grupo especial do Carnaval carioca.
Por muitos anos, ele dividiu o tempo entre o conserto de joias e relógios e a presidência da escola, cargo de honra que ocupou pelo resto da vida. Mesmo aposentado, costumava circular pela Sapucaí durante o desfile.
Em casa, gostava de cantar os sambas-enredos da União. Seu preferido era o "É Hoje" (1981), que traz no refrão a famosa frase "Diga espelho meu/ Se há na avenida alguém mais feliz que eu".
As sete filhas também costumavam ajudar na confecção das fantasias e participar dos desfiles, mas nenhuma se arriscou a assumir cargos políticos na escola.
Elas, aliás, eram a preocupação de Gazele. Pai "muito ciumento", costumava dizer que, se as filhas fossem namorar, era para casar.
"Mas ele era um paizão, sempre incentivou que a gente estudasse para não depender de marido", conta uma delas, Layla.
Em junho, descobriu um tumor no pulmão. Morreu no sábado (20), aos 83 anos. Divorciado -foi casado quatro vezes-, deixa as filhas, nove netos e uma bisneta. A missa do sétimo dia será amanhã, às 19h, na igreja São Sebastião, Cocotá, Ilha do Governador.

coluna.obituario@uol.com.br


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