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SAÚDE
Entre a obtenção do terreno e o lançamento da pedra fundamental do Instituto de Pediatria passaram-se 15 anos
Unifesp inicia obras de centro pediátrico
DA REPORTAGEM LOCAL
Quinze anos depois de conseguir um terreno para a construção de um Instituto de Pediatria em seu complexo hospitalar, a
Universidade Federal de São Paulo lança hoje a pedra fundamental
do empreendimento de 13 andares e 21.000 m2 de área construída.
"Tentávamos achar um mecenas, mas as tentativas foram todas
frustradas nesse período", diz
Ulysses Fagundes Neto, vice-reitor da universidade e chefe do departamento de pediatria.
A área do terreno na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, de cerca
de 2.700 m2, foi cedida em regime
de comodato pela prefeitura, e era
usada como estacionamento gratuito para funcionários do complexo hospitalar da universidade.
O projeto começa a se concretizar porque a Fundação Orsa, do
Grupo Orsa (fabricante de embalagens e papel), assumiu parte da
conta e do "risco" do empreendimento. Deve bancar cerca de 10%
do investimento, R$ 44,6 milhões,
e liderar a captação do restante.
Quando estiver pronto, dentro
de cerca de três anos, o instituto
ofertará 80 leitos em uma de suas
duas torres, 40% deles a convênios e 60% para o sistema público
de saúde. A previsão é de que não
exista separação de alas para o
atendimento particular.
Hoje a pediatria tem apenas 60
dos 700 leitos do complexo hospitalar da universidade. Ocorrem
200 internações para pacientes do
sistema público na pediatria por
mês e 9.780 consultas. "O hospital
foi construído para o adulto", diz
Fagundes Neto. A previsão é aumentar esses números para 400
internações e 19,5 mil consultas
pediátricas por mês.
A estrutura atual da pediatria
trabalha com taxa alta de ocupação e é pressionada pela demanda
reprimida, principalmente de cirurgias complexas, como as cardiológicas. A unidade de cuidados intensivos para crianças, por
exemplo, tem apenas dez leitos.
"Mas está ocupada por pacientes
crônicos, pois não temos para onde enviá-los", diz o vice-reitor.
As diversas subespecialidades
do setor pediátrico, hoje espalhadas em mais de 20 pequenas casas, serão abrigadas na outra torre
da nova construção. De acordo
com o vice-reitor, os andares serão adaptados e decorados para
não parecerem com um hospital.
Segundo Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa, o convênio da fundação com a universidade prevê que a entidade controle a construção e o começo das atividades. O Instituto de Pediatria também deve ter um conselho gestor com representação da Unifesp e da fundação.
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