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Restringir locais de manifestações é saída apontada para minimizar transtornos
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas ouvidos pela
Folha divergem sobre as maneiras, mas são unânimes em
dizer que algo precisa ser feito
para minimizar os transtornos
causados pelas manifestações
nas ruas de São Paulo, principalmente na avenida Paulista.
Para o professor Álvaro de
Aquino e Silva Gullo, sociólogo
da USP, cabe ao Poder Público
não deixar que os indivíduos,
em nome do direito de liberdade de expressão, firam o direito
dos outros de ir e vir. Uma das
formas seria, na opinião dele,
indicar locais de eventos.
"Quando o indivíduo vê que a
ação dele não é limitada, ele vai
aumentando. Alguém precisa
pôr o freio. Precisa dizer: vai até
aqui. Quer fazer uma manifestação legítima? Ótimo. Usa o
vão livre do Masp, sem entrar
na avenida, num parque público, no Campo de Marte. Por
que precisa ser no meio da avenida?", questiona ele.
O professor da USP e especialista em transporte, Jaime
Waisman, também acredita
que restrições dos locais possam ser uma solução para minimizar a questão.
"A prefeitura tem que tomar
providências para tentar minimizar essas interferências, mas
dentro da lei. A manifestação
tem que ser permitida, só que
precisa ser deslocada para locais que interfiram menos no
cotidiano das pessoas."
Na opinião do presidente da
OAB-SP, Luiz Flávio Borges
D'Urso, restringir manifestações a locais específicos, como
sugere Gullo e Waisman, pode
esbarrar em impedimentos legais. A saída, a seu ver, pode ser
proibir a realização de eventos
em avenidas e ruas específicas.
"Aí é proibição expressa. Não
é dizer onde pode, é dizer onde
não pode", afirmou ele.
Para o presidente da
ABPTRAN (Associação Brasileira de Profissionais do Trânsito), Julyver Modesto de Araújo, não existe uma solução mágica e a curto prazo. A mais simples, porém, seria a administração pública se reunir com mais
freqüência com os representantes das entidades.
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